Desenvolvimento de nanopartículas lipídicas sólidas no carreamento de extrato alcaloídico de Solanum lycocarpum e avaliação biológica in vitro em células de câncer de bexiga

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Carvalho, Ivana Pereira Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60137/tde-03052017-155607/
Resumo: Solanum lycocarpum é uma espécie brasileira conhecida por sua diversidade em glicoalcalóides (GA). Os GA solasonina (SS) e solamargina (SM), extraídos dos frutos desta planta, apresentaram propriedades antioxidantes e anticancerígenas atuando em diferentes mecanismos moleculares para a terapia do câncer. No entanto, a baixa solubilidade em água destas moléculas e a sua toxicidade limita a aplicação destes glicoalcalóides. Desta forma, o desenvolvimento de uma formulação nanoestruturada contendo GA pode possibilitar a sua aplicação clínica na terapia do câncer de bexiga (CB). Assim, este projeto visa o desenvolvimento e caracterização de carreadores lipídicos nanoestruturados (CLN) como sistemas de carreamento do extrato alcaloídico de S. Lycocarpum (EA), rico em GA, e avaliação da citotoxidade in vitro em células de câncer de bexiga. Os CLN foram preparadas pelo método de emulsão à quente e sonicação e otimizados utilizando um planejamento fatorial 23. No planejamento avaliou-se a influência de três variáveis independentes: tipo e quantidade de lipídio e tipo de surfactante nos fatores de resposta diâmetro e índice de polidispersão (PdI). CLNs foram caracterizadas de acordo com diâmetro médio, distribuição de tamanho e potencial zeta por espalhamento dinâmico de luz (DLS), índice de recristalização (IR) por calorimetria exploratória diferencial (DSC), porcentagem da eficiência de encapsulamento (EE%) por LC-MS/MS, avaliação morfológica por microscopia de força atômica (AFM), distribuição e concentração de nanopartículas por análise de rastreamento de nanopartículas (NTA), perfil de liberação do EA encapsulado em CLN pelo ensaio de perfil de liberação in vitro em células de Franz, e estabilidade ao longo do tempo. A citotoxidade dos glicoalcalóides foi avaliada pelo ensaio de captura do corante de vermelho neutro utilizando células de câncer de bexiga (RT4). As células foram tratadas com EA livre e encapsulado no CLN nas concentrações de 5 ?g/mL à 20 ?g/mL, assim como CLN vazia no período de 24h e 48h e foram calculadas suas respectivas concentrações inibitórias médias (IC50). O CLN desenvolvido apresentou tamanho inferior a 80 nm e potencial zeta negativo. O PdI foi inferior a 0,2 indicando uma baixa polidispersão. O CLN foi estável por 60 dias em relação ao tamanho, PdI e potencial zeta. O índice de recristalização (IR) do CLN com EA foi 47,23%, indicando uma estrutura menos cristalina do lipídio no CLN que propicia uma alta eficiência de encapsulamento de SS (86%) e SM (89,1%) e evita a expulsão dos ativos durante a estocagem. Os CLNs apresentaram-se semiesféricas como observado por AFM. A concentração de partículas, medida por NTA, foi de 9,74x 1011 partículas/mL e o diâmetro médio foi de 125 nm. Os glicoalcalóides presentes no EA encapsulado em CLN apresentam perfil de liberação in vitro sustentado após 36 h de liberação em condição \"sink\". O mecanismo de liberação dos GA foram diferentes, sendo que para o SS foi não-fickano enquanto que o SM foi fickano. O EA livre e encapsulado (CLN-EA) foi citotóxico frente células RT4, sendo que o CLN-EA foi mais citotóxico que o EA livre após 48h de tratamento. O IC50 das CLN-EA, após 24h de tratamento, foi de 15,94 ?g.mL-1 e 12,35 ?g.mL-1 após 48 h de tratamento. Esta redução no valor do IC50 está relacionada ao perfil de liberação dos glicoalcalóides SS e SM das nanopartículas. Os resultados demonstraram que a CLN desenvolvida é um sistema interessante para encapsular EA com potencial para futura terapia do câncer de bexiga