Representações sobre o antipetismo na Folha de S. Paulo nas eleições de 2018

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Fernandes, Alain Nucci lattes
Orientador(a): Coelho, Fabiano lattes
Banca de defesa: Perli, Fernando lattes, Silva, Marcos Antonio da lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em História
Departamento: Faculdade de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/5333
Resumo: Nesta dissertação demonstrou-se que o antipetismo não se trata apenas de uma oposição às pautas propostas pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que seria justificada por acreditar-se que este partido político seja o mais corrupto da história do Brasil. Verificou-se que o antipetismo possui laços históricos com o antivarguismo, com o anticomunismo e com o antiesquerdismo, que são posições ideológicas que vem deslegitimando, ao longo da história, governos com grande apoio popular. Objetivou-se analisar as representações antipetistas nas colunas jornalísticas de Reinaldo Azevedo e Demétrio Magnoli ao jornal Folha em 2018, evidenciando que esses textos veiculam sistematicamente matérias negativas contra o PT. Metodologicamente, portanto, desenvolveu-se a leitura e análise das fontes a partir das chaves conceituais de patrimonialismo, populismo e por último, a de que o PT seria um partido político autoritário. Dito de outra maneira, a leitura de cada coluna jornalística foi feita observando se, ao se referirem ao PT, os jornalistas atribuiriam ao partido, de maneira mais visível, um aspecto patrimonialista/corrupto, um aspecto populista ou um aspecto autoritário/antidemocrático. Ao observar que a classe social que mais vai atuar na defesa do antipetismo é a classe média, constatou-se que o ódio ao PT por parte do grupo antipetista decorre de uma discriminação de classes sociais, que no caso do Brasil, se agrava com o aspecto do nosso passado escravocrata. Esse ódio decorre, principalmente, do fato de que espaços públicos antes exclusivos a esse grupo, como as universidades, passam a ser disputados, a partir dos governos petistas, pela classe do subproletariado. Por fim, percebe-se que o ódio ao PT gerou situações nas quais se nega o auxílio aos desfavorecidos, por se tratar, na visão de um grupo social específico, de uma medida populista, isso pode ser observado na negação de programas assistenciais que garantem a alimentação básica e estimulam o acesso à escola para famílias do subproletariado.