Roças Kaiowá: cuidados práticos, rituais e técnicas de cultivo na reserva Taquaperi

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lescano, Marcilene Martins lattes
Orientador(a): Colman, Rosa Sebastiana lattes
Banca de defesa: Azevedo, Marta Maria do Amaral lattes, Pereira, Levi Marques lattes, Gisloti, Laura Jane lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação e Territorialidade
Departamento: Faculdade Intercultural Indígena
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/4601
Resumo: Esta pesquisa etnográfica trata sobre as Roças kaiowá: Cuidado Práticos, Rituais e Técnicas de Cultivo, na Reserva Taquaperi. Município de Coronel Sapucaia, em Mato Grosso do Sul, sobre cuidados com o solo, suas rezas - “ñembo’e”, “temitỹ rorypegua” - para o bem viver das plantas, respeitando seus “jára”, para obter maior produção de alimentos, através da roça tradicional. Também foi muito importante aprender e ouvir “ñembo tihã” que é para afastar insetos - tuku karu, yso karu, mberu e ñeti – para longe das plantas, para não sugar seus nutrientes, principalmente das mandiocas, feijão e outras plantas. Tem por objetivo apresentar uma pesquisa etnográfica sobre os processos de transmissão de valores e saberes tradicionais sobre roça tradicional, conhecidos e praticados ainda hoje, pelos Kaiowá. É uma maneira de fortalecer e valorizar o mundo guarani e kaiowá em sua forma peculiar de ser e de viver, sua espiritualidade e sua cosmovisão, especialmente quanto à produção de alimentos. Usei a metodologia da pesquisa etnográfica em ação, além de entrevistas com conhecedores do assunto e observação de kokue, in loco. Uma das coisas que o sistema político e econômico colonizador nos tirou (e continua tirando) é a forma tradicional de produção de alimentos. Nos últimos anos, a mudanças foram radicais entre os mais jovens, que os afastaram dos ensinamentos e práticas tradicionais de plantar e de cuidar do ecossistema, que inclui rituais e rezas. Entretanto, os mais velhos, os sábios, ainda mantêm sabedoria e manejo de técnicas do kokue, juntamente com as filhas, filhos, netas e netos, sobre roças tradicionais autossustentáveis.