Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Fontanive, Marcelo Antonio
 |
Orientador(a): |
Ferraz, Claudio Benito Oliveira
 |
Banca de defesa: |
Nunes, Flaviana Gasparotti
,
Leite, Eudes Fernando
 |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Grande Dourados
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de pós-graduação em Geografia
|
Departamento: |
Faculdade de Ciências Humanas
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://200.129.209.58:8080/handle/prefix/355
|
Resumo: |
A presente dissertação é fruto do aprofundamento de temas estudados pelo Grupo de Pesquisa Linguagens Geográficas. É uma leitura de mundo a partir de um estudo de caso, o Pantanal, o qual é abordado por meio dos referenciais de estética e natureza, centrais para melhor compreender como este é hegemonicamente percebido e divulgado no contexto do ensino de Geografia. O resgate das categorias de estética e natureza, no âmbito da ciência e da filosofia, demonstra muitos aspectos da construção histórica do entendimento majoritário sobre o Pantanal que ecoam no discurso dos professores e dos livros didáticos de Geografia e, bem como, nos enunciados midiáticos, principalmente na mídia eletrônica, que é aquela analisada neste trabalho. A estrutura do trabalho é composta pela caracterização da linguagem nas ciências humanas, pela concepção de natureza na Geografia Moderna e pelo entendimento da estética moderna nas idéias de Kant e Hegel. Constatamos a partir desse referencial teórico e da metodologia de análise de conteúdo, que, com base em questionários aplicados a alguns professores de Geografia das redes pública e privada do Estado do Mato Grosso do Sul, o Pantanal é tido enquanto uma paisagem natural, uma região fechada e acabada em seu sentido estético de riqueza e beleza natural, sendo a natureza, portanto, uma categoria que representa a individualidade desse lugar. Por outro lado, questões pertinentes aos aspectos de preservação e degradação do meio ambiente também são amplamente divulgadas por esses veículos e permeiam o imaginário pantaneiro. Dessa forma, constrói-se um Pantanal marcado pela dualidade, pois de um lado temos a perfeição da beleza estética de flora e fauna e, do outro lado, a imperfeição representada por ações irresponsáveis e comprometedoras desse meio natural para as gerações futuras. O conjunto dessas idéias sobre o Pantanal se faz presente no discurso oficial da Geografia, tanto dos professores quanto dos livros didáticos, e representa um entendimento sobre o mesmo pautado numa concepção que aparentemente se contradiz, mas que acabam confluindo para acobertar a profunda diversidade desse lugar. Tomando por verdade, de acordo, com idéias deleuzianas, apenas diferenças conceituadas em modelos representativos de identificação de semelhança, os quais visam transformar as diferenças em conceitos que buscam as identificações de semelhanças, negando, assim, tudo aquilo que destoa, desarmoniza ou possa contradizer esse pensamento uniformizador característico da razão clássica moderna. Tendo como referencial teórico o pensamento de Gilles Deleuze, mais especificamente aquele presente em sua obra Diferença e Repetição, buscamos, a partir de seus conceitos de multiplicidade, rizoma e agenciamentos, acenar com possibilidades outras de leitura do Pantanal. De uma visão mais próxima dos sentidos humanos e da dinâmica escalar dos fenômenos que permeia a vida cotidiana das pessoas nesse lugar, possibilitando uma leitura mais rica por parte do discurso geográfico, ampliando os sentidos de leitura do mesmo. Buscamos abrir possibilidades para uma Geografia da diferença que permita ao fenômeno Pantanal ser não apenas natureza separada das relações humanas, mas multiplicidade de sentidos na contingência espacial do lugar. O Pantanal é natureza humanamente produzida enquanto acontecimento do mundo pensado/vivido nas condições sociais ali territorializadas em suas potencialidades, em seus devires e mudanças múltiplas. |