“Alho, patrona?”: cartografias da tríplice fronteira Argentina-Brasil-Paraguay entre gentes ambulantes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rodrigues, Luiz Felipe lattes
Orientador(a): Goettert, Jones Dari lattes
Banca de defesa: Nunes, Flaviana Gasparotti lattes, André, André Luís lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Geografia
Departamento: Faculdade de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/954
Resumo: Ambular entre vendedoras e vendedores ambulantes foi o que fizemos na tentativa de construir nesse trabalho uma cartografia ambulante da Tríplice Fronteira entre Ciudad del Este (Paraguai), Foz do Iguaçu (Brasil), Puerto Iguazú (Argentina). Analisamos a produção da fronteira que se desenha a partir das gentes, fazeres, movimentos e mercadorias ambulantes. Esses elementos grafam e são grafados pelos espaços e relações que trilham, empiricizando concreta e significativamente a sociedade, em um jogo complexo de objetos e ações, práticas e movimentos que se mobilizam com a realização das vidas, inevitavelmente espaciais. O andar, enquanto prática ambulante, constituiu a principal metodologia de pesquisa de campo para a produção da presente narrativa – andamos entre ambulantes recolhendo observações, relatos, sentidos, registros fotográficos, etc. A intenção agora, aqui, é trilhar um pensamento de fronteira a partir da interpretação dos ambulantes que a vivem, discutindo questões que se desdobram a partir de suas vivências, práticas e narrativas. Para as gentes que vivem nos e dos limites, tecendo a partir do fazer do território possibilidades e estratégias de sobrevivência, a fronteira aparece como “algo especial”, e às vezes, como “algo más allá”. Desse movimento social entre-lugares, atravessado por uma pluralidade de fluxos de escalas diversas, se produz, sempre em negociação, uma cultura transfronteiriça que se mostra em diferentes intensidades no cotidiano das ruas e da vida das pessoas que ali vivem. Por sua vez, esse processo de produção transfronteiriça se manifesta nos objetos e ações que permeiam as relações humanas no contexto da vida na fronteira. Dessa forma, a produção da fronteira se dá a partir do contato entre as diferentes linguagens, comidas, costumes, corpos, músicas, e muitas, muitas e outras coisas, em geografias que entram em contato umas com as outras, em transfronteiricidades. Esses encontros fomentam um processo ambíguo de trans-fronteirização e destransfronteirização em que limites ora são mais abertos, e ora são mais fechados, envolvendo diálogos e conflitos. Disso, desprendem-se outras fronteiras que permeiam as experiências ambulantes e os processos que as atravessam, desde a escala do corpo à escala global, em que tudo anda, gira, ambula.