Como Água para chocolate (1993): uma leitura decolonial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Retisine, Elisângela Custódio Faura lattes
Orientador(a): Barzotto, Leoné Astride lattes
Banca de defesa: Pinheiro, Alexandra Santos lattes, Pedroso Junior, Neurivaldo Campos lattes, Silva, Denise lattes, Leite, Eudes Fernando lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Letras
Departamento: Faculdade de Comunicação, Artes e Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/5281
Resumo: O romance Como água para chocolate (1993), da escritora mexicana Laura Esquivel, traz como protagonista a personagem feminina Tita, que é a mais nova de três irmãs. A matriarca, mamãe Elena, é uma mulher extremamente rígida e se comporta na narrativa aos moldes do patriarcalismo vigente no início do século XX, na América Latina. Por ser a caçula, Tita é assombrada pela tradição mexicana e familiar, pela qual a filha mais nova não pode se casar, pois precisa cuidar dos genitores até a morte desses. Percorrendo esse fio condutor do romance, essa dissertação de mestrado visa desenvolver uma leitura decolonial da obra a fim de expor episódios que retratam e denunciam opressões ainda vigentes no sistema, tais como: patriarcalismo, exploração da população nativa com trabalhos domésticos não remunerados, uso da tradição para a manutenção do poder, colonialidade do ser, do saber e do poder, recursos socioculturais que representam a luta social da América Latina, como o realismo mágico, por exemplo, dentre outros aspectos que a literatura tem a capacidade de representar ao passo em que revela problemas tantos. Nesse contexto de investigação, com vistas a ter no texto literário um suporte de mudança social, serão analisados conceitos coerentes com a proposta decolonial de fazer/ler literatura latino-americana: o realismo mágico como forma de resistência aos ditames do poder ainda colonizador, colonialidades, fronteiras, tradições, manutenção cultural, exploração cultural, decolonialidade entre outros, de modo a cumprir o objetivo de analisar a tradição do patriarcalismo, via corpus selecionado, e seus desdobramentos, destacando a submissão da mulher inserida em tal contexto presente na família exposta na narrativa, com modos e valores, que são passados de geração em geração; apesar de não se tratar de uma pesquisa de caráter feminista exclusivamente, mas as questões da crítica feminista e do feminismo decolonial atuam como subtemas, uma vez que temos em destaque personagens mulheres. A metodologia de pesquisa a ser usada faz uma abordagem bibliográfica de fontes literárias e teórico-críticas como suporte para todas as reflexões que pretendemos e, para isso, usaremos intelectuais-chave para o contexto latino-americano, como: Quijano, Mignolo, Barzotto, Lugones, Schmidt, Santos, Maia, Figueiredo e tantos outros e outras, assim como seus conceitos e perspectivas atuais diante do papel de representatividade da literatura para as questões familiares, sociais e culturais dessa zona de contato intercambiante denominada América latina.