Do controle externo da atividade policial pelo Ministério Público do Estado de Goiás como política pública de segurança para redução do número de mortes de civis causadas por agentes públicos
Ano de defesa: | 2025 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Direito - FD (RMG) Brasil UFG Programa de Pós-graduação em Direito e Políticas Públicas (FD) |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/14403 |
Resumo: | Nesta pesquisa, investigam-se as mortes decorrentes de intervenção policial em Goiás. Tem como objetivo analisar as mortes e a atuação do Ministério Público de Goiás, durante o ano de 2023, explorando os fatores estruturais que compõem o processo de construção da atuação do Estado no óbito de seus próprios cidadãos. As políticas públicas de segurança no Estado de Goiás apresentam importante contradição: por um lado, observa-se a redução dos principais índices criminais, como homicídio, furto, roubo e latrocínio; por outro lado, nota-se o incremento nos números relacionados às mortes de civis causadas por agentes públicos. Para o entendimento do fenômeno que causa esta incongruência, foi adotado o estudo bibliográfico das principais obras relacionadas à Política Pública. Aborda-se a importância das políticas públicas na concretização de direitos fundamentais sociais e analisa-se o ciclo das políticas públicas. Parte-se da trajetória histórica dada ao tema da Política Pública de Segurança tradicional, sob o enfoque conceitual da reação, até o momento atual em que a Política Pública de Segurança Baseada em Evidências é a praticada nas democracias consolidadas. Em que pese as conquistas constitucionais, analisa-se a vulnerabilidade dos jovens em Goiás, notadamente sob o aspecto da mortalidade, diante da interseccionalidade de diversas situações de risco. Pontua-se que os homens, jovens e pardos, nesse sentido, possuem uma vulnerabilidade qualificada em razão da prática de seu histórico criminal, considerando uma proporção de óbitos maior do que a da população em geral de Goiás. Em seguida, são analisadas as políticas de segurança pública no Brasil e em Goiás. Quanto à metodologia, parte-se de um enfoque quali-quanti ao combinar análise descritiva e inferencial das variáveis levantadas entre o censo das mortes decorrentes de intervenção policial, sendo examinado o controle externo da atividade policial realizado pelo Ministério Público do Estado de Goiás, nas modalidades concentrado e difuso, tanto extrajudicial quanto judicial, sendo este último por meio da pesquisa dos Registros de Atendimento Integrado (RAI) e autos protocolados no sistema eletrônico mantido pelo Poder Judiciário goiano (Projudi GO) relativos aos casos de mortes decorrentes de intervenção policial. Assim, foi possível constatar a ineficácia do controle externo da atividade policial realizado pelo Ministério Público, assim como sua completa ausência na formulação e avaliação da política pública de segurança. A partir desse diagnóstico propor ações e melhorias nas políticas públicas de segurança, notadamente a atuação do Ministério Público de Goiás em parceria com a Universidade Federal de Goiás, na tentativa de substituir o pensamento tradicional de Segurança Pública que domina Goiás por um modelo baseado em evidências. Especifica-se sobre as políticas públicas de segurança, com a abordagem dos arranjos institucionais e da intersetorialidade entre os diversos órgãos responsáveis. Por fim, propõe-se medidas que pretendam contribuir com o aperfeiçoamento institucional da entidade constitucionalmente vocacionada para atuar na política pública de segurança em Goiás de forma que possa continuar com a redução dos principais índices criminais e, ao mesmo tempo, diminuir as mortes de civis causadas por agentes públicos e os casos de abusos cometidos por policiais nos últimos anos em Goiás. |