“...se eu fosse uma flor...”: o cinema como dispositivo tecnopoético produzindo simbólicos identitários de uma mulher negra
Ano de defesa: | 2014 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Artes Visuais - FAV (RG) Brasil UFG Programa de Pós-graduação em Arte e Cultura Visual (FAV) |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/4398 |
Resumo: | Esta tese apresenta a análise do processo de criação do filme “... se eu fosse uma flor...”, realizado por Marta Cezaria de Oliveira, uma mulher negra militante do movimento negro feminista goiano, tendo como fundamentos a compreensão do cinema como um dispositivo tecnopoético e as representações cinematográficas da mulher negra como simbólicos identitários de sua condição humana. O filme realizado por esta mulher negra, em sua primeira produção cinematográfica, evidencia o quanto da sua condição de mulher negra, política, religiosa e trabalhadora infere uma estética e uma poética visual marcada pela ideia da arte como ação coletiva. O filme de Marta apresenta um mosaico identitário multifacetado formado por diferentes pontos de vista das mulheres negras ali representadas, com as quais Marta estabelece um diálogo político intersubjetivo, diálogo que se processa no território do feminino e da negritude, produzindo simbólicos de identidade, entre outros de uma flor, metáfora e projeção das percepções de si mesmas. Marta realiza mais que um filme documentário, produz que um manifesto, um instrumento político ideológico conduz a uma poética orientada pelo objetivo principal do movimento de mulheres negras que é de produzir estados de consciência de gênero e raça e empoderamento, considerando a um só tempo o coletivo, a subjetividade, e suas relações políticas. Nesta tese são apresentadas indagações que questionam os estereótipos da mulher negra que, vista por si mesma, põe em questão o “ser para o outro”, assumindo uma posição de sujeita política, histórica, cultural e subjetiva, o “ser para si” – campo no qual as mulheres negras interpelam a sociedade contemporânea em seus fundamentos na luta feminista antirracismo. Ao final, fica demonstrado que a condição de mulher negra de Marta a leva a produzir um “cinema negro”, em consonância com o que é proposto pelo movimento negro quanto à tomada de consciência desta condição, sem considerar a mulher negra uma vítima ou uma heroína, mas uma sujeita de sua própria história. Ao representar a mulher negra através do cinema, Marta Cezária de Oliveira interfere diretamente no processo de construção identitária das mulheres negras e ao apropriar-se dessas imagens altera suas posições de sujeita para si e para os outros, provocando rupturas fundamentais na sua condição humana como tal, transformando-a e rompendo com o que lhes parecia predestinado pela cultura branca machista hegemônica. |