Nem presa, nem morta e que sea ley! a (des)criminalização do aborto no Brasil e na Argentina (2018-2020)
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Goiás
Pró-Reitoria de Pós-graduação (PRPG) Brasil UFG Programa de Pós-graduação em Direitos Humanos (PRPG) |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/14301 |
Resumo: | O aborto era crime na maioria dos países da América Latina, até a primeira década do século XXI, cenário que começa a mudar a partir do ano de 2018 com o aumento dos protestos que ganharam o nome de “onda verde”. Posto isto, esta pesquisa analisa dois países da região, a Argentina e o Brasil, tendo como principal fonte os documentos dos projetos de lei das suas casas legislativas, e postagens nas redes sociais, no período imediatamente anterior à legalização na Argentina, entre 2018 e 2020. O objetivo é verificar o conteúdo dos projetos e das postagens, e a ideologia política vinculada a cada um deles. Busca-se entender porque o aborto não foi descriminalizado no Brasil, mesmo após o reconhecimento dos direitos sexuais e reprodutivos, e porque foi descriminalizado e legalizado na Argentina? Para tanto, foram analisados de forma comparativa as posições sobre a (des)criminalização, os sujeitos destinatários e a relação com direitos reprodutivos, nos projetos de lei. Analisou-se documentos dos movimentos feministas pela legalização do aborto, e as postagens sobre aborto de maior impacto na plataforma Facebook (Meta) entre 2018 e 2020. A pesquisa indica que o aborto no Brasil tem sido utilizado como uma ferramenta de mobilização para interesses políticos da extremadireita, e aglutinador ideológico para outras pautas, muito menos do que uma questão de saúde pública, por vezes utilizando-se dos direitos humanos e direitos reprodutivos como argumento. Nas posições contrárias a legalização do aborto e àquelas por novas medidas punitivas e de controle, as mulheres não são tratadas como sujeitos. As mulheres negras não aparecem como sujeitos nem mesmo nas proposições pela educação sexual e saúde reprodutiva. A presença expressiva da direita tem inviabilizado propostas pela descriminalização no Brasil, e a esquerda tem agido de forma reativa e contenciosa às tentativas de reverter o aborto legal, de forma oposta ao encontrado na Argentina. Encontrou-se indícios de uma entrega maior, pelo facebook, de postagens contra a legalização do aborto, muitas delas postuladas por atores políticos, com uma relevância dos chefes do executivo nacional sobre a pauta. |