Epidemiologia da ferrugem asiática da soja em ambientes do Estado de Goiás: efeito de fungicida e época de semeadura
Ano de defesa: | 2005 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Goiás
Ciências Agrárias BR UFG Doutorado em Agronomia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tde/459 |
Resumo: | Durante as últimas safras a ferrugem asiática da soja tem se apresentado como um dos maiores problemas na sojicultura nacional. Os prejuízos diretos pela queda da produção e os gastos com fungicidas têm acarretado prejuízos que vêm aumentando a cada safra. Objetivando compreender melhor a epidemiologia da doença, este estudo a buscou respostas para fatores como variação do progresso da epidemia em duas localidades, o efeito da época de semeadura, do ciclo da cultivar, do uso de fungicida e da resposta de diferentes cultivares. Os experimentos foram montados, nas Estações Experimentais da Agência Rural de Senador Canedo e de Anápolis. Para cada local foram utilizadas três épocas de semeadura, com seis cultivares nos três ciclos da cultura (Monsoy 6101 e BRSNina ciclo precoce; Emgopa 315 e BRSGO Santa Cruz ciclo médio; Emgopa 313 e BRSGO Paraíso ciclo tardio), com e sem a ação de fungicida, sendo avaliados os três terços da planta (inferior, médio e superior). Cada época, para cada um dos locais, foi considerada como um experimento com parcelas sub-sub-divididas. Após a observação dos sintomas da doença, as parcelas com controle químico foram pulverizadas a cada 21 dias com pyraclostrobin+epoxiconazole na dosagem 66,5 g + 25 g i.a. ha-1. As avaliações após o aparecimento da doença foram realizadas semanalmente até a queda completa das folhas. Com os dados de severidade periódicos calculou-se a Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD) e a Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença Relativa (AACPDR), que consiste na divisão da área pelo período de duração da epidemia. As variáveis de rendimento obtidas foram: produtividade, massa de mil grãos (MMG) e porcentagem de grãos chumbinho (%CH). O atraso da entrada da doença em Anápolis, quando comparado a Senador Canedo, propiciou variações nos resultados que enriqueceram a discussão dos dados. A antecipação da ocorrência da doença em Senador Canedo e a alta pressão de inóculo apresentadas podem estar associadas ao fato da estação experimental em Senador Canedo possuir soja cultivada durante todo o ano. O atraso da entrada da doença em Anápolis, quando comparada a Senador Canedo, possibilitou um incremento na produtividade e menor efeito de fungicida. Entre as épocas avaliadas nos dois locais, a segunda apresentou os maiores índices de severidade, mas também os maiores índices de produtividade, fator relacionado às condições do ambiente. O efeito da utilização do fungicida diminuiu significativamente a AACPD, aumentou a produtividade, a MMG e diminuiu a %CH. Cultivares de ciclo precoce apresentaram menor severidade da doença, seguidos pelas cultivares de ciclo médio e tardio. A cultivar Emgopa 315 apesar de ser de ciclo médio apresentou resultados semelhantes às cultivares de ciclo precoce nas avaliações como um todo. Em cada local as épocas se comportaram de forma diferenciada. Em condições de alta pressão de inóculo a diferença entre os fatores estudados é menor. Para pressão de inóculo menor os fatores avaliados expressaram melhor suas variações. Como conclusões retiradas a partir dos resultados discutidos concluiu-se que: a) quanto mais cedo a ferrugem aparece durante o ciclo da cultura, maior é o seu efeito na produtividade da soja; b) a utilização de cultivares de soja de ciclo precoce propicia um efeito escape, que reduz os efeitos da ferrugem, quando comparado às cultivares de ciclo médio e tardio; c) a ocorrência da doença diminui o ciclo da cultura, antecipando seu término devido à desfolha prematura; d) apesar de todas as cultivares apresentarem suscetibilidade à ferrugem, algumas apresentam menor severidade relacionada a variações nos níveis de resistência parcial à doença; e) a utilização do fungicida pyraclostrobin+epoxiconazole na dosagem de 66,5 g + 25 g i.a. ha-1, aplicado a partir do aparecimento dos primeiros sintomas e posteriormente a intervalos de 21 dias diminuiu expressivamente o progresso da doença e seus efeitos nas variáveis de rendimento da soja; f) a redução do progresso da doença devido à aplicação do fungicida estudado é mais evidente com a semeadura tardia; g) sob o efeito da mistura pyraclostrobin+epoxiconazole na dosagem de 66,5 g + 25 g i.a. ha-1 não há variação entre época de semeadura e local; h) sob alta pressão de inóculo, as variações entre épocas de semeadura no progresso da ferrugem e no rendimento da cultura são menos explícitas; i) o fator época de semeadura não deve ser considerado isoladamente, mas sempre em associação a outros fatores que influenciam a ação do fungo como aplicação de fungicida, ciclo e resistência da cultivar; j) a utilização do parâmetro Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença Relativa (AACPDR) é justificada para dados nos quais existe variação da duração do ciclo da soja, interferindo na duração da epidemia de ferrugem. Esta adequação se faz necessária para que os resultados de progresso da doença não sejam comprometidos; l) a parte da planta mais afetada pelos sintomas é o terço inferior e a desfolha dificulta a avaliação da doença nesta região; m) o controle mais efetivo da doença pelo fungicida ocorre nos terços superior e médio da planta |