Impacto da mastite subclínica na chance de cura durante o período seco de vacas leiteiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Barbosa, William Marota
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Escola de Veterinária e Zootecnia - EVZ (RG)
Brasil
UFG
Programa de Pós-graduação em Zootecnia (EVZ)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/10237
Resumo: A mastite é o fator mais importante para o aumento da contagem de células somáticas (CCS) no leite das vacas; este aumento causa inúmeros prejuízos aos produtores e às indústrias de laticínios. Diversos estudos medindo taxas de cura de mastite subclínica durante a secagem vêm sendo realizados há várias décadas com diferentes resultados em função do tipo de patógeno envolvido na infecção, da idade e imunidade da vaca, duração do período seco e dos protocolos de medicamentos utilizados na terapia de vaca seca. Poucos estudos no Brasil consideram o tempo de infecção e o nível da CCS antes da secagem pela dificuldade em acessar ou controlar esta informação. O objetivo deste estudo foi avaliar a ocorrência de mastite subclínica em vacas leiteiras antes da secagem, os valores da CCS neste período e as chances de mastite subclínica no primeiro teste da próxima lactação. Foram avaliadas 2.455 lactações de 2.064 vacas em 14 fazendas que incluíram 9.820 exames de CCS de vacas. As lactações foram agrupadas em quatro categorias com base na quantidade de exames de CCS acima de 200.000 células/mL nos três meses que antecederam a secagem. Também foram agrupadas pela média geométrica da CCS dos últimos três meses em cinco categorias. A variável resposta binária, baseada na primeira CCS após o parto, foi “Sadia” (CCS<200.000 células/mL) ou “Subclínica” (≥200.000 células/mL). Foram criados três modelos de regressão logística mista: as variáveis ordem de lactação, duração do período seco, estação do ano para o parto e para a secagem também foram incluídas nos modelos. A avaliação do conjunto de dados (Modelo1) mostrou que 850 (34,5%) das lactações iniciaram com mastite subclínica, independentemente de como secaram anteriormente. Houve grande variação entre as propriedades e, com exceção da duração do período seco, todas as demais variáveis avaliadas influenciaram o resultado da CCS no pós-parto. A taxa de novos casos (Modelo2) foi de 20,9% (152/729) e foi mais influenciada pela ordem de lactação, nas quais vacas de quatro ou mais lactação tiveram mais de duas vezes chance de novo caso em relação às vacas de segunda lactação (OR=2,40 IC 95% 1,27~4,46). A estação da secagem não influenciou os novos casos. A taxa de cura (modelo 3) foi de 59,6% (1.028/1.726) e variou de 20,0 a 83,3% entre as propriedades. Vacas que secaram com média geométrica da CCS abaixo de 200.000 células/mL nos últimos três meses de lactação tiveram mais de seis vezes mais chance de cura em relação às vacas que secaram com média geométrica acima de 1,6 milhão de células/mL (OR=6,41 IC95% 3,17~13,15). A avaliação sistemática da CCS ao final da lactação pode ajudar os produtores a tomar decisões para prevenir a mastite crônica e também estabelecer recomendações de manejo para vacas crônicas com alta CCS na secagem, o descarte desses animais deve ser considerado.