Aplicação da dendrocronologia na identificação de processos erosivos e incêndios florestais nos parques estaduais Altamiro de Moura Pacheco e João Leite, Goiânia, Goiás, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira, Thaynnara Borges
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Pró-Reitoria de Pós-graduação (PRPG)
Brasil
UFG
Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais (PRPG)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/8726
Resumo: A Bacia hidrográfica do Ribeirão João Leite (BHRJL) representa para o Estado de Goiás um importante manancial, por ser a responsável pelo abastecimento de mais de 50% da população da capital do Estado, Goiânia, e por conter duas importantes unidades de conservação do Bioma Cerrado, os parques Estaduais Altamiro de Moura Pacheco (PEAMP) e João Leite (PEJol). O objetivo geral desta pesquisa foi o de avaliar a evolução cronológica e os impactos na vegetação causados por processos erosivos laminares e/ou lineares e por incêndios florestais no PEAMP e no PEJoL. Os procedimentos metodológicos consistiram em uma avaliação integrada multiescalar para a bacia hidrográfica e para as áreas dos parques, sendo realizado para a bacia: (1) o levantamento dos atributos físicos, (2) a compartimentação morfopedológica, (3) a análise da suscetibilidade à erosão laminar e o (4) mapeamento dos focos erosivos e para a área dos parques (incluindo zona de amortecimento): (5) análise granulométrica dos solos; (6) mapeamento de risco à incêndios vegetacionais; (7) análise histórica da ocupação do uso da terra entre 1985 e 2017; (8) análise dendrogeomorfológica e dendropirocronológica. Os resultados indicaram a presença de quatro compartimentos morfopedológicos, sendo dois caracterizados como frágeis pelos atributos físicos naturais; identificou-se alta suscetibilidade à ocorrência de processos erosivos laminares e lineares, confirmado pelo mapeamento de mais de 3.000 focos erosivos na BHRJL, sendo que as áreas mais críticas coincidem com a área onde estão as Unidades de Conservação, que convivem historicamente com uso predominante de pastagens. A análise granulométrica dos solos revelou alto teor da fração areia, principalmente areia fina e areia grossa nos solos dentro dos remanescentes de Cerrado, tanto na dispersão em NaOH, como na dispersão em água. Essa tendência ocorre tanto no horizonte A de superfície, quanto nos horizontes subjacentes, devido à transformação profunda de rochas ricas em quartzo e pobres em minerais primários, convertidos em argila, compatíveis com as litologias Gnaisse aluminoso, Metagranito e Quatzito. O mapeamento de risco a incêndios indica que a porção sul e sudeste dos remanescentes são áreas críticas para o evento de incêndio. A análise dendrocronológica de 17 indivíduos arbóreos de Cedros (Cedrela Fissilis) e Copaíbas (Copaifera langsdorffii) indicou um alto potencial cronológico destas espécies na área com séries cronológicas com bom índice de intercorrelação (Cedro = 0.642; Copaíba = 0.702). A análise da dendropirocronologia indicou que os incêndios mais potentes ocorreram na década de 1990; quanto à dendrogeomorfologia, não foi possível correlacionar a série cronológica com eventos geomórficos, pois não foi verificado dentro dos parques processos erosivos ou indícios de sedimentação, excetuando a ravina próximo à rodovia e a ravina em trilha interna. De modo geral, o remanescente florestal requer uma maior fiscalização, principalmente nas áreas de alto risco a incêndio florestal. A área do parque é de grande fragilidade, e cuidados com o pisoteamento excessivo devem ser tomados para evitar que esses processos se instalem, pois, a contenção dos mesmos em solo arenoso é bastante onerosa e trabalhosa.