O que fundamenta a proposta dos CEPIs em Goiás?
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Goiás
Pró-Reitoria de Pós-graduação (PRPG) Brasil UFG Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática (PRPG) |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/13067 |
Resumo: | A educação em tempo integral tem avançado significativamente no Estado de Goiás com a implementação dos Centros de Ensino em Período Integral (CEPIs). A implementação desse modelo de ensino vem ao encontro dos objetivos do Plano Nacional de Educação (PNE) (BRASIL, 2014) e com ao Plano Estadual de Educação (PEE) (GOIÁS, 2015) que determinam a expansão do ensino integral cujo objetivo é “Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos (as) alunos (as) da educação básica” (BRASIL, 2014). Nesse contexto, o governo de Ronaldo Caiado (2019-) tem cada vez mais investido na implementação dessa modalidade de ensino. Neste trabalho tivemos como objetivo tentar elucidar o que fundamenta a proposta dos CEPIs no Estado de Goiás por meio da análise documental do seu Programa e de documentos que referenciam esse modelo educacional, assim como os principais documentos que estabelecem as diretrizes para a educação em países de capitalismo dependente. Também apontamos na discussão como essa proposta e a sua fundamentação estabelecem o lugar do Ensino de Ciências dentro do seu programa. Essa análise se fundamenta a partir da ótica do materialismo histórico com foco na influência dos aparelhos privados de hegemonia da classe dominante na educação pública por meio do público não-estatal e a sua relação com o Estado e a sociedade civil, com o recorte das últimas três décadas, período que é marcado pelo processo conhecido como empresariamento da educação. Discutimos a influência de setores da sociedade civil na educação, entendida como estratégia para atender as demandas do capital e a sua reprodução a partir da coerção e do consenso. Em nossa análise concluímos que a proposta dos CEPIs está alinhada com as principais cartilhas internacionais dos organismos multilaterais e que, com o apoio dos aparelhos privados de hegemonia e dos intelectuais da burguesia ou cooptados por ela, essa proposta aprofunda a captura da subjetividade dos sujeitos pela lógica do mercado no marco do neoliberalismo, configurandose como uma proposta que reforça a manutenção e a reprodução do capitalismo e a subsunção da educação aos ideários neoliberais de mercado. Nesse quadro, o Ensino de Ciências, a partir da proposta dos CEPIs e, também, como consequências das principais contrarreformas educacionais das últimas três décadas, fica secundarizado nas prioridades dos processos pedagógicos sendo tratado com uma lógica puramente utilitarista e ligada ao “saber fazer” em detrimento da construção teórica de seus conceitos. |