O abismo na política: crise e liberdade a partir do pensamento político de Hannah Arendt
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Filosofia - FAFIL (RG) Brasil UFG Programa de Pós-graduação em Filosofia (FAFIL) |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/11174 |
Resumo: | Apoiando-se em Hannah Arendt, a presente proposta pretende trabalhar com o tema da crise e da liberdade e sua relação com a descrença que a sociedade civil sente pela política. Para tanto, julga necessário discutir, na bibliografia arendtiana, os conceitos de liberdade e crise, já que se subentende a esse estudo a importância fundamental que ambos têm para a totalidade das obras dessa pensadora alemã. Esse objetivo interpretativo, delineado anteriormente, parte da hipótese da linguagem ser um caminho pelo qual os seres humanos deixam vestígios de suas impressões a respeito do mundo externo, desde o primeiro momento que se arriscaram a interpretar essa exterioridade. Assim sendo, nas palavras, nos conceitos, permanecem a herança das significações antigas, as quais fornecem a base sedimentar dos novos sentidos que lhe são posteriores. Ora, esse é justamente o propósito de como será tratado filosoficamente o tema dessa proposta, isto é, por meio de uma reflexão a partir de uma análise dos antigos resquícios presentes nos conceitos de liberdade e crise, de modo a entender se há algo que os aproxime enquanto fenômenos da política contemporânea. No entanto, essa análise não se aprofundará por toda a complexidade desse assunto, pois se trata de um recorte conceitual que irá gravitar em torno da obra de Hannah Arendt, especificamente em sua teoria política, tanto por ser considerada uma pensadora da liberdade e da ruptura quanto por ela também utilizar como método investigativo o resgate etimológico dos conceitos que estuda. Ademais, embora Arendt empregue a palavra crise em vários dos seus textos, é interessante o fato de não a relacionar diretamente com o conceito de liberdade, ou seja, na obra dessa pensadora, parece não haver uma ideia explícita que envolva conjuntamente crise e liberdade. Nesse sentido, esse ponto de injunção entre conceitos é o objeto de análise que aqui se tenciona discutir e entender. Para a atualidade, lançar as bases para a compreensão das proximidades entre crise e liberdade é relevante em virtude da sua possível relação com o recrudescimento dos conflitos sociais e políticos que a sociedade civil vem passando, a tal ponto que se torna novamente ameaçador o ressurgimento de movimentos autoritários – frutos do colapso do conceito de liberdade, da instabilidade da esfera pública e do esvaziamento de sentido da política. Nesse caso, é significativo investigar como os conceitos de crise e liberdade atuam na compreensão dos fenômenos totalitários, tendo como escopo auxiliar no debate contemporâneo sobre os danos das tensões políticas no cenário atual. |