Língua para o PIBID - uma (im)posição política

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Santin, Marcio
Orientador(a): Stübe, Angela Derlise
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
Departamento: Campus Chapecó
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/753
Resumo: Este estudo, inserido na análise de discurso (AD) de linha francesa, propõe-se a investigar representações de língua que ressoam no discurso oficial, retratando o discurso do Estado por meio de documentos oficiais, como portarias, leis, editais, etc. Tem como materialidade o Regulamento do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), bem como o projeto e subprojetos da área de Letras da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), programa que tem por finalidade fomentar a iniciação à docência, contribuindo com a formação de docentes e a melhoria da qualidade da educação básica pública brasileira. O corpus foi constituído de recortes discursivos do arquivo, de acordo com as regularidades acerca da língua, que permitiram responder ao problema da pesquisa: quais as representações de língua emergem do discurso oficial materializado em documentos do PIBID? Assim, traçou-se um percurso histórico-conceitual sobre a questão, ao passo que se teceu o gesto de interpretação, articulando o dispositivo teórico-analítico. A análise se pautou em três regularidades, destacadas de acordo com aspectos diferenciados em relação às representações de língua no Programa, considerando sua articulação stricto sensu (escola x universidade) e lato sensu (Estado x língua x sociedade), o que deu origem a três capítulos, a saber: Orientação teórica – uma dispersão de sentidos; A formação integral – em busca da completude do sujeito; e, O “novo” como ruptura – um desejo de “melhora”. As representações de língua que emergem do discurso oficial repercutem no funcionamento do Programa, uma vez que esse orienta e determina a prática dos bolsistas licenciandos no contexto escolar. No corpus analisado, emergiram representações de língua distintas, porém não excludentes, que estabelecem uma filiação de sentidos em relação à língua-padrão, standard, tomada como a língua do Estado, além de sentidos ligados à língua enquanto sistema, noção adotada pela Gramática Gerativa, que compreende a linguagem como capacidade humana inata. Compreende-se, ainda, que há recorrência à língua como fonte de interação, pelas perspectivas da Linguística Textual, Dialógica de Bakhtin e Discursiva da Análise de Discurso, tomada como abordagem social, extrapolando a imanência do sistema e instaurando o contexto sócio-histórico como constitutivo. Observou-se também uma tendência à homogeneização dos sentidos sobre língua, a partir do momento que se reconhece a língua padrão como a (única) variedade oficial da nação. Não há cerceamento quanto à perspectiva teórica para o ensino de LP, contanto que se desenvolva como instrução a norma culta, a língua do Estado, a língua standard. Assim, a compreensão do funcionamento discursivo do corpus desse estudo permite depreender como o discurso oficial pretende a constituição linguística desses bolsistas em formação, futuros sujeitos professores, formadores de outros sujeitos, bem como entende e faz funcionar a concepção de língua.