Modalizadores epistêmicos parentéticos na fala de Chapecó/SC

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Silva, Josiana Aparecida da
Orientador(a): Snichelotto, Cláudia Andrea Rost
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
Departamento: Campus Chapecó
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://localhost:443/handle/prefix/54
Resumo: Baseada na perspectiva teórica do Funcionalismo Linguístico de cunho norte-americano, segundo Hopper (1987), Givón (1995), Bybee (2003) e outros, esta dissertação investigou o uso dos marcadores discursivos sei lá e eu acho (e suas variações) na fala de 32 informantes chapecoenses, monolíngues em português. Os dados são oriundos de entrevistas de Chapecó/Santa Catarina do banco VARSUL (Variação Linguística Urbana do Sul do País) e do projeto VMPOSC (Variação e Mudança no Português do Oeste de Santa Catarina). O primeiro conta com entrevistas de 24 informantes e o segundo, que se encontra em fase de coleta, com entrevistas de 8 informantes. O estudo partiu da perspectiva de Rosa (1992), para quem estes itens são marcadores de atenuação e veiculam, sobretudo, a modalização epistêmica, isto é, podem apontar falta de certeza ou convicção do enunciador sobre seu enunciado. Também foi efetuado levantamento em estudos sobre os itens no Português Brasileiro, segundo Freitag (2000; 2003; 2004), Votre (2004), Oliveira & Santos (2011), Galembeck & Carvalho (1997), entre outros. O levantamento de sei lá e eu acho, como parentéticos epistêmicos, aponta maior frequência de uso do primeiro nas duas amostras investigadas. A análise atenta dos itens em seus contextos de uso revelou que, embora haja variação na apresentação formal dos itens, sei lá e eu acho são as formas mais frequentes nas duas amostras. A partir do estabelecimento do domínio funcional da modalização epistêmica parentética, verificamos que os itens se especializam em determinados contextos de uso: sei lá desempenha funções de atenuação e de planejamento verbal; e eu acho exerce função de opinião. Um olhar mais apurado das amostras também mostrou que a função de dúvida é somente aparentemente compartilhada pelos itens. Dentre os contextos linguísticos e extralinguísticos (sociais) que postulamos influenciarem os usos destes itens, destacamos: sequência discursiva, tópico discursivo, envolvimento do falante com o tópico discursivo, complexidade do tópico discorrido, sexo/gênero, faixa etária e escolaridade. Por fim, apontamos possíveis especializações para os itens a partir da perspectiva do processo de gramaticalização, segundo Traugott (1995), Hopper (1991), entre outros.