Proposta metodológica para planejamento participativo de sistemas agroflorestais junto a agricultores(as) familiares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Canosa, Gabriela Arruda
Orientador(a): Leandrini, Josimeire Aparecida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável
Departamento: Campus Laranjeiras do Sul
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3911
Resumo: A necessidade atual de estratégias relacionadas ao uso de espécies arbóreas em unidades familiares de produção é consequência de diversos aspectos legais, históricos, ecológicos, sociais e econômicos. Dentre eles, destacam-se a obrigatoriedade legal de recomposição florestal nestas unidades, os benefícios socioeconômicos e ecológicos do componente florestal em agroecossistemas, e a necessidade da revalorização do uso de espécies nativas em regiões tropicais. Assim, o presente trabalho objetiva a proposição de uma metodologia baseada em ferramentas participativas para o planejamento de sistemas agroflorestais, os quais devem ser adequados às particularidades das unidades de produção familiares no território da Cantuquiriguaçu/PR e entorno, levando em consideração as dimensões ambiental e socioeconômica e, quando necessário, o cumprimento da legislação ambiental. A metodologia foi proposta para ocorrer em três etapas: i) pré-diagnóstico e escolha dos grupos de trabalho, quando foram formados quatro Grupos de Trabalho (GTs) a partir dos grupos ecológicos do Núcleo Luta Camponesa da Rede Ecovida de Agroecologia, de acordo com o interesse das famílias agricultoras em participar; ii) diagnóstico e planejamento dos sistemas agroflorestais, quando foram aplicadas as ferramentas participativas nas reuniões de diagnóstico e reuniões de planejamento; e iii) avaliação do processo participativo, realizada em três níveis, sendo da autora, da equipe de trabalho e dos grupos de trabalho. Três aspectos da metodologia que foram programados não ocorreram, devendo ser avaliados quanto à sua aplicabilidade. A avaliação mostrou que o trabalho teve efeito positivo, já que 90% ou mais das respostas avaliaram as questões como 'muito importante' ou 'importante'. Além disso, avaliou-se, a partir de falas dos(as) agricultores(as), que o planejamento é importante para organização do coletivo quanto à previsão de produção e comercialização; permite entender o custo/benefício da inclusão das espécies no SAF; dá base para o prosseguimento do trabalho prático; e deve ter a participação do grupo como eixo importante. A diversidade dos treze sistemas agroflorestais planejados demonstra que foram pensados de acordo com as particularidades de cada unidade de produção. Ao longo do trabalho realizado, foi percebida uma revalorização das espécies nativas, sendo o uso das fichas ilustradas um método importante que funcionou como uma memória histórica dos(as) agricultores(as). Dentre as espécies levantadas no presente estudo, as quais são potenciais para uso em SAFs na região, foram consideradas de uso estratégico aquelas selecionadas por um maior número de famílias. Considera-se que este trabalho contribuiu para a discussão sobre o planejamento participativo de SAFs no Núcleo Luta Camponesa, tendo sido avaliadas ferramentas participativas que podem ser utilizadas posteriormente por técnicos(as) de extensão, sendo que para algumas foram sugeridas mudanças e/ou adaptações. Considerando a intenção de propor uma metodologia rápida e prática, aplicável por técnicos(as) de extensão, participativa de fato, e eficaz no planejamento de SAF, pode-se dizer que esta foi contemplada. Em complemento, estudos que acompanhem a aplicação dessa proposta na região da Cantuquriguaçu/PR e em outras regiões do Brasil serão de suma importância para a validação de sua utilidade no trabalho de extensão e da eficiência do planejamento a partir da implantação.