Diários de bordo do PIBID: sujeito e formação de professores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Partichelli, Juliete Ilha
Orientador(a): Stübe, Angela Derlise
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
Departamento: Campus Chapecó
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/1763
Resumo: Este trabalho objetiva compreender as diferentes posições-sujeito professor que se produzem da escrita de si, a partir dos registros dos bolsistas-ID do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), nos diários de bordo do curso de Ciências Biológicas, da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Cerro Largo. O programa tem como objetivo incentivar a formação docente, como também inserir os acadêmicos de licenciatura no âmbito escolar, com o propósito de elevar a qualidade da formação inicial. Consta, na Portaria 96, de 18 de julho de 2013, que regulamenta o PIBID, que necessita haver registro das atividades desenvolvidas pelos bolsistas. Por isso, na Proposta Institucional do PIBIDUFFS está definido o diário de bordo como sendo o gênero mais adequado para tal registro, tendo em vista seu caráter reflexivo, narrativo e descritivo das atividades desenvolvidas no programa. Teoricamente, sustentamo-nos na Análise de Discurso de orientação francesa que nos permite compreender as marcas linguísticas que emergem nos documentos analisados, para problematizar relações interdiscursivas que são produzidas a partir da escrita de si nos diários, a respeito das diferentes posições-sujeito professor. O embasamento teórico para a construção do referencial teve como foco os seguintes autores: Pêcheux (2012; 2014), Orlandi (2005; 2006; 2007; 2008; 2009; 2012), Coracini (1999; 2007) e Stübe (2008). No gesto de interpretação, podemos observar algumas regularidades: a) que o ID, ao escrever sobre si, produz uma cena de embate com o outro, professor da escola; b) o ID assume uma posiçãosujeito pesquisador, que busca a inovação, distanciando-se do livro didático, em comparação ao professor da escola, sobre o qual o ID afirma ser interpelado pelo LD, e acomodar-se a esse lugar, contudo percebe-se a necessidade do ID em basear-se também nesse material didático; c) Analisamos também processos de identificação e contra-identificação, por meio dos quais há a possibilidade de resistência para com algumas posições-sujeito professor; d) Além disso, o ID assume a posição-sujeito salvador, pois acredita que o professor seja o principal agente formador, sendo ele o responsável por garantir o futuro das próximas gerações; e) o ID visualiza-se como sujeito dinâmico, por estar inserido ao chamado novo, propõe novos fazeres docentes, inova, criando um embate com o professor da escola que, por não dinamizar tanto a aprendizagem, repetir as mesmas atividades e se prender ao LD encontra-se no velho. A partir dessas regularidades, temos o efeito do interdiscurso, que há entre o eu e o outro, entre velhos e novos fazeres, um afrontamento, o que implica a existência de traços do outro em nossos discursos, não havendo uma fronteira determinada, em que se exclui, por definitivo, o velho. Essas regularidades são percebidas a partir da escrita de si, em que o ID escreve de si para si próprio, com o anseio de constituir-se e, por isso, acaba por falar sobre o outro, seja pela identificação, seja pela contra-identificação com o professor da escola