Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Fornara, Ana Elizabeht |
Orientador(a): |
Horst, Cristiane |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Fronteira Sul
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
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Departamento: |
Campus Chapecó
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3253
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Resumo: |
Esta dissertação objetiva descrever e analisar aspectos do bilinguismo Deitschportuguês em falantes teuto-brasileiros, residentes em Saudades-SC, e Talian-português em falantes ítalo-brasileiros, residentes em Nova Erechim-SC. A análise do fenômeno linguístico seguirá os pressupostos de Mackey (1972), a fim de salientar dois aspectos do bilinguismo: os graus de competência nas quatro habilidades linguísticas e as funções nas quais essas línguas são utilizadas. Queremos, portanto, ter uma perspectiva do quão os falantes dominam suas variedades de imigração, se compreendem e falam, ou se também lêem e escrevem, ou se apenas compreendem e preferem não falar; e em quais momentos, contextos e situações as utilizam e com quais pessoas. O trabalho está embasado nos pressupostos teórico-metodológicos da dialetologia pluridimensional e relacional (Thun, 1996, 2005, 2009, 2010) que contempla o espaço variacional em diferentes dimensões. Nesta pesquisa, consideramos as dimensões diatópica (SaudadesSC e Nova Erechim-SC), dialingual (Deitsch-português e Talian-português), diageracional (GII [55 anos ou mais] e GI [de 18 a 36 anos]), diastrática (Ca [com ensino superior ou mais] e Cb [nenhuma escolaridade até o ensino médio]), diassexual (masculino e feminino) e diafásica (questionário, conversa livre, caderno de campo e textos para leitura e escrita). Através da aplicação de parte do questionário metalinguístico do projeto Atlas das Línguas em Contato na Fronteira (2013), adaptado à realidade dos informantes, e acrescido de parte do questionário de Lara (2017), entrevistamos oito informantes bilíngues em cada localidade. Para a testagem do bilinguismo, utilizamos, além do questionário, as técnicas de conversa livre, caderno de campo, texto para leitura e texto para escrita. A análise dos dados levou-nos a constatar que é mais comum os teuto-brasileiros se considerarem bilíngues na língua de imigração se comparados aos ítalo-brasileiros. Em relação ao grau de domínio das habilidades linguísticas nas línguas de imigração, constatamos que as habilidades mais desenvolvidas são as de fala e compreensão auditiva, mas que muitos informantes, em especial ítalo-brasileiros, tendem a desenvolver habilidades de leitura e escrita. No que concerne às funções de uso das línguas, percebemos que são os teuto-brasileiros que mais utilizam a língua de imigração com a família e nos espaços públicos. Traçam-se, assim, caminhos divergentes entre os grupos étnicos analisados. Enquanto os teutobrasileiros mantêm mais o Deitsch no cotidiano através da oralidade, os ítalo-brasileiros iniciam uma trajetória rumo à formalização do Talian em Nova Erechim, propondo uma manutenção dessa língua através do ensino das habilidades de leitura e escrita. |