Aspectos do bilinguismo alemão-português na comunidades de Mondaí e São João do Oeste - SC

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Wolschick, Isaura
Orientador(a): Horst, Cristiane
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
Departamento: Campus Chapecó
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/760
Resumo: Este estudo procura descrever os aspectos do bilinguismo alemão-português nas cidades de Mondaí e São João do Oeste – SC. Ambas as cidades foram colonizadas por descendentes de alemães vindos do RS e por imigrantes de língua alemã vindos da Europa. A colonização de Mondaí teve seu início em 1922 e a de São João em 1926. Apesar do passar dos anos, da política de nacionalização do governo Vargas e do preconceito linguístico sofrido por línguas minoritárias, a língua alemã sobrevive nessas duas comunidades. A fim de descrever o bilinguismo nas comunidades acima mencionadas, fizemos uso da metodologia pautada na dialetologia pluridimensional. Nesse sentido, foram entrevistados 8 informantes em cada comunidade, o que dá um total de 16 informantes. Dos oito informantes escolhidos temos 4 homens e 4 mulheres, destes, dois homens e duas mulheres da GI (geração um - 18 a 36 anos), sendo 1 homem e 1 mulher da Ca (classe alta) e 1 homem e 1 mulher da Cb (classe baixa) e dois homens e duas mulheres da GII (geração dois – acima dos 55 anos), sendo 1 homem e 1 mulher da Ca e 1 homem e 1 mulher da Cb. Os requisitos usados na escolha dos informantes foram dois: ter vivido 3/4 da vida nestas comunidades e ter o alemão como língua materna. Além do questionário, aos informantes ainda foi pedido que lessem e que escrevessem um pequeno texto em língua alemã e que traduzissem algumas palavras do português para o alemão. Com estes instrumentos pretendeu-se investigar as competências oral, auditiva, escrita e de leitura dos informantes e averiguar para que funções, quando, com quem e onde, os informantes usam suas duas línguas. A análise dos dados da pesquisa levou-nos a constatar que 100% dos informantes, de Mondaí e São João, se consideram bilíngues e que 37,5% dos informantes, de Mondaí e São João, são bilíngues simultâneos e 62,50% dos informantes, de Mondaí e São João, são bilíngues consecutivos, aprenderam primeiro o alemão. No que concerne às funções para que os informantes usam as suas línguas, constatou-se que a comunidade de São João do Oeste possibilita mais áreas de contato do que a comunidade de Mondaí, onde predomina o português. Também foi possível constatar que as mulheres estão mais propensas à substituição linguística em favor da língua majoritária, o que parece ser verdadeiro também para a classe alta. No que diz respeito ao grau de bilinguismo, constatou-se que a variedade alemã é uma língua basicamente oral, ou seja, poucos informantes conseguem ler e escrever nesta língua.