Transformações nas concepções de aluno do ensino médio técnico sobre matemática e agricultura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Lappe, Darlan
Orientador(a): Borges, Pedro Augusto Pereira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação Profissional em Matemática em Rede Nacional
Departamento: Campus Chapecó
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/2183
Resumo: A resistência ao estudo e compreensão da Matemática por alunos da Escola Básica pode ter várias justificativas, tais como não gostar, não se identificar, entender que esse estudo é para poucos, ou que é um conhecimento inútil, entre outras. Considerando que a disposição para aprender é produto das relações com o mundo e com os outros, o objetivo do presente trabalho é analisar as transformações das concepções de um grupo de alunos, sobre a importância da Matemática em atividades agrícolas. Para isso, foram elaborados e aplicados questionários com questões sobre essas concepções, antes e após a realização de atividades de Modelagem Matemática de problemas agrícolas, com diferentes graus de autonomia do aluno na tarefa de investigação, em uma turma de 3º ano do Ensino Médio Integrado ao Curso Técnico em Agropecuária. As respostas, juntamente com observações do autor, devidamente anotadas em diário de bordo, foram interpretadas utilizando a metodologia de Análise de Conteúdo, a qual pressupõe um quadro de categorias, nesse caso, elaborado com base na Teoria da Relação com o Saber de Bernard Charlot. Os relatos obtidos no questionário inicial mostraram que, para a maioria desses alunos, a Matemática é importante para a agricultura e é vista como uma ferramenta (relação epistêmica com o saber) para resolver problemas elementares. Tal concepção, provavelmente tem origem nos discursos dos pais e dos professores (relações sociais com o saber) que desempenham um papel motivador (relações identitárias com o saber), argumentando que os alunos devem estudar para entrar na faculdade, ter um bom emprego e ser alguém na vida. Tais concepções caracterizam-se por afirmações genéricas ou com exemplos associados a medidas e questões financeiras. Após as atividades, percebeu-se um reforço ainda maior dessa concepção, porém com o entendimento mais amplo da utilidade, associado a questões técnicas de projeto de instalações, processos, atividades de planejamento e utensílios agrícolas, com o envolvimento efetivo de outros conteúdos do Ensino Médio, além de grandezas proporcionais, evidenciando uma transformação das relações epistêmicas com o saber. Observou-se em alguns alunos, que transformações nas concepções da relação entre Matemática e agricultura (relações epistêmicas) implicaram em transformações no interesse, gosto, vontade e motivação para estudar (relações identitárias).