Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Tosetto, Eleonora Escobar |
Orientador(a): |
Andrioli, Antônio Inácio
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Fronteira Sul
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável
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Departamento: |
Campus Laranjeiras do Sul
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/605
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Resumo: |
Enquanto o consumo de agrotóxicos cresce exorbitantemente, os sistemas nacionais de vigilância toxicológica identificam números insignificantes de intoxicação por agrotóxicos, sugerindo a existência de subnotificação. A pesquisa foi desenvolvida com o propósito de estudar dentro da temática agrotóxicos e saúde, as correlações entre o uso excessivo de agrotóxicos e a invisibilidade de intoxicações. Buscando identificar as causas das subnotificações e discutir as dificuldades relatadas pelos profissionais da rede de saúde dentro deste processo. Utilizou-se de dados bibliográficos e estatísticos dos órgãos oficiais (IBGE, IPARDES, IBAMA, SIAGRO, SINITOX e SINAN), foi realizado estudo de caso, por meio da aplicação de questionários aos profissionais de saúde da Secretaria Estadual de Saúde (SESA), 5º Regional de Saúde – PR, da Rede de Saúde municipal e de agricultores do município de Laranjeiras do Sul - PR. Como resultado observou-se que os registros das intoxicações se encontram fragmentados entre os sistemas de monitoramento de dados, além de apresentarem ausência de dados em alguns períodos. O SINITOX não apresentou dados sobre intoxicações para a região do objeto da pesquisa entre 2010 e 2012, porém foram encontradas em outro sistema, o SINAN, em baixa incidência. Percebeu-se a necessidade de interligação entre todos os sistemas de notificação, para que os dados não continuem fragmentados possibilitando maior confiabilidade. Os resultados do estudo de caso, sobre as causas das subnotificações demonstrou que todos os profissionais de saúde, consideram a relação agrotóxico versus saúde uma importante problemática de saúde pública. Também reconhecem que os dados sobre intoxicações estão subnotificados, não refletindo a realidade das intoxicações. Identificou-se subnotificações nas três etapas do processo de notificação: a primeira etapa se refere à intoxicação, quando o agricultor ao contaminar-se, muitas vezes não procura o serviço de saúde; a segunda ocorre no atendimento de saúde, tendo em vista que os profissionais relatam causas como a falta de capacitação sobre esta temática, a sintomatologia confundida com outras patologias e a ausência de exames laboratoriais conclusivos e; a terceira é a não efetivação dos registro nos sistemas de informação de intoxicações, que ocorre devido ausência de adesão à notificação devido ao acumulo de tarefas e também a falta de percepção dos profissionais sobre relevância em preencher os dados. Todos esses fatores refletem parcialmente a realidade das intoxicações e levam a minimizar os efeitos dos agrotóxicos na saúde humana. Diante desta realidade, não se pode mensurar com precisão os impactos na saúde pública, bem como custos ao sistema de saúde, em especial do tratamento de doenças crônicas associadas ao uso desses produtos. Considera-se importante a mudança dessa realidade, com a adoção de técnicas de produção, que utilizem princípios da agroecologia, minimizando a dependência do uso de agrotóxicos na agricultura. |