Impactos de uma rodovia sobre a fauna de mamíferos: um estudo de caso no norte do estado do Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ribeiro, Otávio Santi
Orientador(a): Hartmann, Paulo Afonso
Banca de defesa: Galiano, Daniel, Ribeiro, Ludmilla Oliveira
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental
Departamento: Campus Erechim
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/5275
Resumo: As estradas são empreendimentos necessários e essenciais à vida humana, pois permitem o deslocamento de pessoas e produtos, gerando assim desenvolvimento social e econômico para regiões afastadas. Apesar dos benefícios proporcionados pelas rodovias os seus impactos não são irrelevantes. As estradas podem causar alterações no comportamento animal modificando os padrões de movimentação, fragmentação do habitat e isolamento populacional, perda de indivíduos na construção das rodovias, mortalidade por colisão com veículos, introdução de espécies exóticas e disseminação de doenças. Portanto, entender como as relações entre a diversidade no entorno da rodovia e os atropelamentos é necessário para avaliar o impacto das rodovias na fauna silvestre e verificar quais possíveis características ecológicas influenciam na mortalidade de indivíduos. O objetivo deste estudo foi estimar os impactos de uma rodovia sobre fauna de mamíferos de médio e grande porte no norte do Estado do Rio Grande do Sul. Para isso foi monitorado de carro um trecho de 36 km da BR153, no norte do Estado do Rio Grande do Sul. O monitoramento foi de seis meses e ocorreram em 10 dias por mês, sendo dois blocos de cinco dias seguidos, com intervalo de 10 dias entre eles. Para avaliar a fauna do entorno da rodovia BR153, foram selecionados sete fragmentos de mata nativa. Para a detecção dos mamíferos foram utilizadas armadilhas fotográficas em 14 dias por mês, sendo dois blocos de sete dias seguidos, com intervalo de sete dias. Ao longo dos seis meses de trabalho, foram registrados 58 mamíferos atropelados na rodovia BR 153, pertencentes a nove espécies. Didelphis albiventris e Dasypus novemcintus foram as espécies mais abundantes. Nos fragmentos foram registrados 344 mamíferos, pertencentes a 17 espécies. Dasypus novemcintus foi a espécie com maior número total de registros, seguida de Nasua nasua e Didelphis albiventris. As espécies com maior número de registros no entorno foram Nasua nasua, Dasypus novemcintus e Didelphis albiventris. As espécies mais atropeladas foram Didelphis albiventris e Dasypus novemcintus. O número de espécies atropeladas, quando comparado ao número de espécies registradas nos fragmentos, reforça a ideia que o atropelamento ocorre direcionado a algumas espécies que não evitam as rodovias. Espécies que provavelmente escapam seguramente ao atravessar estradas são aquelas que são ágeis devido à sua habilidade locomotora. Algumas espécies são abundantemente atropeladas, mas não necessariamente têm suas populações fortemente reduzidas pelo impacto das estradas.