Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Felipeto, Elis Hernandez da Silva |
Orientador(a): |
Tirelli, Flávia Pereira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/276173
|
Resumo: |
A fragmentação e redução de habitats representam ameaças significativas para a conservação da biodiversidade. Esses processos podem aumentar os conflitos entre a fauna nativa e os humanos, como por exemplo, os atropelamentos em rodovias, e reduzindo a abundância populacional. A implantação e operação de rodovias contribui para a perda e degradação de habitat de maneira crescente e disseminada no mundo inteiro, causando impactos mais extensos na natureza. Muitos mamíferos da ordem carnívora precisam de liberdade de movimento em sua área de vida para acessar recursos. Quando esses animais se deparam com uma área fragmentada, eles são obrigados a procurar novos recursos, o que os leva a atravessar estradas. As espécies da família Felidae desenvolvem papéis extremamente importantes, realizando a manutenção do equilíbrio ecológico nos ecossistemas do mundo todo, sendo, muitas vezes, os predadores de topo. Atualmente uma das maiores ameaças aos felídeos são os atropelamentos, pois segundo estudos recentes, a fragmentação de habitats causada pela construção de rodovias aumenta a exposição dos felinos ao tráfego e, consequentemente, o risco de atropelamentos. No Brasil, a ocorrência do felídeo da espécie Leopardus geoffroyi está limitada ao extremo sul, na metade sul do estado no Rio Grande do Sul (RS), ocorrendo na região Pampa. Estudos na Argentina indicam que o L. geoffroyi poderia ser mais tolerante (e às vezes, favorecido) pela alteração do habitat e podendo persistir em áreas com atividade pecuária e/ ou agricultura. No entanto, no RS, estudos observaram preferência da espécie pela vegetação ripária em áreas privadas do Pampa (fazendas). Isso levou à sugestão de que o gato-do-mato-grande poderia ser uma espécie ecologicamente adaptável que conseguiria utilizar a matriz antrópica entre os ambientes preferenciais. O presente estudo tem por objetivo avaliar a incidência de atropelamentos de Leopardus geoffroyi com relação a variáveis ambientais no Bioma Pampa. A metodologia foi desenvolvida com a colaboração de pesquisadores que fazem monitoramento de fauna atropelada e com a compilação de dados de atropelamentos da espécie, e com a seleção de variáveis preditoras de adequabilidade de habitat para a presa principal de L. geoffroyi a Cavia aperea, e de métricas de composição e configuração da paisagem, em buffers no entorno dos trechos a partir do mapa de uso do solo do Mapbiomas coleção 6. A variável resposta analisada foi a presença e ausência de atropelamentos de L. geoffroyi, através da análise das métricas de paisagem que foram testadas em diferentes escalas, para compreender em qual extensão a variável resposta apresenta uma relação mais forte ou mais parcimoniosa com as características da paisagem. A identificação das melhores escalas e a seleção dos melhores modelos através de análise estatística com GLM binomial e AICc. Como resultado, foi observado quanto mais isoladas estão as manchas de floresta e maior a chance de atropelamento. E quanto menor a quantidade de manchas de floresta e maior a chance de atropelamento. Esses resultados sugerem que a configuração de áreas florestais pode ser um fator determinante para o aumento do risco de atropelamentos em determinadas regiões do Pampa brasileiro, e o maior o número de manchas de floresta pode ser uma variável importante a ser considerada em estratégias de mitigação desse risco. |