Discursos antiglobalistas durante o período de transição para o governo Bolsonaro (2018/2019)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Agnoletto, Ana Cristina
Orientador(a): Ferreira, Eric Duarte
Banca de defesa: Vojniak, Fernando, Prigol, Valdir, Laiño, Maria José
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
Departamento: Campus Chapecó
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3826
Resumo: Na transição para o governo Bolsonaro no Brasil (2018/2019), verifica-se uma profusão de discursos contra uma suposta ordem globalizante vigente, frequentemente denominados de discursos “antiglobalistas”. Esta dissertação se insere no campo de estudos do discurso e, a partir de Michel Foucault e de outros autores, busca analisar a formação e o funcionamento desses discursos antiglobalistas, quando proferidos pelo Presidente e pelo Ministro das Relações Exteriores na esfera do debate público. Considerando esse contexto, a dissertação tem como corpus de análise os discursos da vitória e da posse do Presidente eleito em outubro de 2018, Jair Messias Bolsonaro, e também o discurso de posse do Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Henrique Fraga Araújo. O recorte temporal investigativo, portanto, referese ao período de 28 de outubro de 2018 a 02 de janeiro de 2019, e, como problema de pesquisa, busca-se compreender como é formulada a crítica ao globalismo, este como ordem em que se considera estar associada a princípios da esquerda do espectro político brasileiro. Desse modo, a pesquisa tem como objetivos específicos: analisar efeitos de sentido produzidos pela relação antagônica entre globalização e globalismo na transição para o governo Bolsonaro (2018/2019); compreender como o antiglobalismo, enquanto objeto de discurso, constrói-se pelo deslocamento e pela ruptura com uma suposta ordem globalizante; discutir o lugar do globalismo na pós-modernidade, de acordo com os discursos da transição governamental. Esta dissertação está dividida em duas partes. Na primeira parte, denominada O objeto e o entorno discursivo, aborda-se a relação entre globalismo e globalização, o aparecimento do antiglobalismo na transição de governo, as referências estadunidenses e olavistas, os posicionamentos políticos antagônicos, a forma do liberalismo no governo Bolsonaro e críticas aos discursos antiglobalistas. Na segunda parte, intitulada O olhar que interpreta, analisam-se sequências discursivas selecionadas do corpus, com vistas à exposição de efeitos de sentido, e também se estabelecem relações com a retórica. Por fim, expõem-se algumas considerações sobre o modo como a discursividade antiglobalista bolsonarista apresenta alguns recursos persuasivos, categorizações, opiniões e crenças em prol da mobilização do enunciatário contra o suposto globalismo e o seu viés ideológico.