O impacto do programa bolsa família na segurança alimentar Dos beneficiários do meio urbano e rural do município de Laranjeiras do Sul/Paraná

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Southier, Naiara
Orientador(a): Triches, Rozane Marcia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável
Departamento: Campus Laranjeiras do Sul
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/2120
Resumo: O presente trabalho trata de uma análise do impacto do benefício do Programa Bolsa Família na Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) no meio urbano e rural do município de Laranjeiras do Sul/PR. Tem como objetivo principal avaliar a situação de insegurança alimentar dos beneficiários, e investigar se houveram mudanças na quantidade, variedade e no consumo de alimentos saudáveis antes e depois de receber o benefício e, ainda, descrever se há aquisições não monetárias de alimentos, incluindo benefícios de outras políticas públicas e produção para autoconsumo. Todos os objetivos foram analisados realizando uma comparação dos impactos do Programa Bolsa Família na SAN em relação aos beneficiários do meio urbano e rural. Esta comparação é importante para que se possa entender se o Programa tem diferentes impactos nestes locais de residência e se outras questões interferem nisto, auxiliando ou prejudicando nesta conjuntura. O estudo foi realizado no município de Laranjeiras do Sul, e totalizaram 86 entrevistados, sendo que vinte e cinco do meio rural e sessenta e um do meio urbano. Os dados foram coletados dados a partir de entrevistas semiestruturadas e aplicação da EBIA (Escala Brasileira de Insegurança Alimentar). Verificou-se que no meio urbano todos os entrevistados encontraram-se em situação de Insegurança Alimentar, 44,3% leve, 26,2% moderada e 29,5% grave. No meio rural 16% encontravam-se em segurança alimentar e nutricional, 48% em insegurança alimentar leve, 24% moderada e 12% grave. Dentre as finalidades para utilização do benefício, a alimentação foi a principal (38,4 %) entre todos os entrevistados. Sendo que no meio urbano a alimentação é a principal finalidade da utilização do benefício (45,9%), porém, no meio rural, a alimentação aparece como terceira causa de utilização (20%) sendo antecedida pela compra de material escolar (40%) e vestuário (28%). No meio urbano houve melhora significativa na frequência de consumo de alimentos mais saudáveis e protéicos, como frutas, verduras, frango, laticínios, e panificados, ocorrendo portanto, uma melhora na qualidade nutricional depois da aquisição do benefício. A aquisição não monetária de alimentos demandou um estudo mais detalhado sobre outras politicas públicas que, juntamente com o Programa Bolsa Família, influenciam na situação nutricional desses indivíduos. No meio urbano destacou-se o Programa Leite das Crianças e em geral o autoconsumo e o benefício eventual de entrega de cestas básicas pelo município apresentaram impacto na alimentação dos entrevistados. Destaque à produção para o autoconsumo, como diferencial da alimentação entre urbanos e rurais, sendo que a mesma explicaria em grande parte a alimentação mais saudável e adequada no meio rural mesmo antes do recebimento do benefício. As técnicas utilizadas para a realização desta prática, assim como a agricultura urbana podem ser alternativas para a melhora ainda mais substancial da qualidade alimentar destas famílias. A pesquisa visualizou que o Programa Bolsa Família aliado a outras práticas e demais políticas públicas de combate à fome a pobreza no meio urbano e rural são fundamentais para reduzir os índices de vulnerabilidade social e econômica dessas famílias. Esta melhora na alimentação, somadas às condicionalidades de acesso à educação e saúde favorecem o alcance das liberdades substantivas e instrumentais descritas por Amartya Sen, mas não de forma efetiva, apontando para a necessidade de viabilizar outras políticas de caráter estrutural para garantir a melhoria das condições de vida desta população e do desenvolvimento rural.