O texto como força: o efeito metafórico no posfácio "A leitura distraída", de Bernardo Carvalho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Canalle Junior, Natal
Orientador(a): Prigol, Valdir
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
Departamento: Campus Chapecó
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/773
Resumo: A partir dos estudos de Pêcheux (2009), compreendemos a metáfora como processo sóciohistórico que serve como fundamento da apresentação de objetos para sujeitos. Por isso, nosso estudo parte da metáfora O texto como força, enunciada no posfácio intitulado A leitura distraída – escrito por Bernardo Carvalho – para o livro Ninguém Nada Nunca do escritor argentino Juan Jose Saer. Tomamos o presente posfácio como um discurso sobre leitura e buscamos compreender, na perspectiva teórico-metodológica da Análise de Discurso francobrasileira, ancorada nos trabalhos de Michel Pêcheux e Eni Orlandi, principalmente, os efeitos de sentido que o trabalho da crítica literária produz. Nossa pergunta central é: Que sujeito(s) e sentido(s) se constitui na formulação do posfácio? E essa pergunta apresenta alguns desdobramentos: (i) Qual noção sobre texto e sobre leitura de textos literários se constitui nessa formulação? Qual é o caráter material, a historicidade do(s) sentido(s) de leitura que está formulado neste posfácio? A partir dos recortes efetuados e analisados, compreendemos que nas formulações do sujeito do discurso, o texto age sobre o leitor, no processo de leitura. Podemos afirmar que as condições de produção são fundamentais para compreendermos as formações imaginárias em jogo nesse discurso. Por isso, chegamos à conclusão de que o lugar posfácio, entre outras características, apresenta o fator de ser a posteriori como característica constitutiva, e por isso simbolicamente, representa um olhar da crítica literária que tem um leitor efetivo no imaginário, e, configura-se, assim, como um espaço discursivo no qual sujeitos-leitores podem estabelecer um diálogo.