"Uma vez falando em alemão": o uso da variante uma vez no português falado em Itapiranga e São João do Oeste

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Ruscheinsky, Elena Wendling
Orientador(a): Krug, Marcelo Jacó
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
Departamento: Campus Chapecó
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://localhost:443/handle/prefix/88
Resumo: Esta Dissertação apresenta um estudo cujo objetivo é descrever o uso da variante uma vez no português em Itapiranga e São João do Oeste, localidades situadas no oeste de Santa Catarina, Brasil, com forte presença de falantes do alemão Hunsrückisch como língua de imigração. Para a realização do estudo, seguiu-se a metodologia proposta pela dialetologia pluridimensional e relacional, conforme Thun (1998). Esse modelo fundamenta-se na análise da variação linguística em diferentes dimensões (princípio da pluridimensionalidade) que combinam espaço (dimensão diatópica), diferentes gerações (dimensão diageracional), gênero (dimensão diassexual), classes sociais (dimensão diastrática), diferentes estilos (dimensão diafásica) e comentários extralinguísticos (dimensão referencial). No presente estudo, realizaram-se entrevistas com 16 falantes bilíngues alemão/português das duas localidades, distribuídos conforme a idade (geração velha, GII, e jovem, GI – dimensão diageracional), sexo (Masculino e Feminino – dimensão diassexual) e o nível sócio-cultural (escolaridade básica ou superior, respectivamente Cb e Ca – dimensão diastrática). O Grupo de Controle é composto por quatro falantes da localidade de Barra do Guarita – RS. Os resultados apontam maior disparidade dos dados de uso da variante na dimensão diassexual sendo que as mulheres usam mais a variante uma vez e não apresentam comentários estigmatizados acerca da mesma. A Ca usa a variante mais frequentemente em relação à Cb, o que pode atribuir prestígio ao uso da variante. Em relação à dimensão diageracional, houve uma pequena redução do uso da variante pela GI, o que denota uma mudança linguística em curso em prol ao não uso de uma vez. Importante destacar que a profissão do informante parece exercer um forte papel quanto ao uso da variante, sendo que se a profissão requer a fala constante de frases imperativas, o uso da variante tende ser maior.