Agroecologia e educação do campo: meios de promover a permanência do jovem no campo?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Kusniewski, Fernanda Paula Piran
Orientador(a): Borba, Maude Regina de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável
Departamento: Campus Laranjeiras do Sul
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/1966
Resumo: A permanência da juventude no campo é fator determinante para a sucessão familiar nas propriedades rurais do país. Todavia, para tanto, diferentes fatores estão envolvidos, com destaque para a educação e o trabalho. Neste sentido, no presente estudo buscou-se analisar as perspectivas do jovem do campo e sua relação com a produção Agroecológica e a Educação do Campo nos Assentamentos Ireno Alves dos Santos e Marcos Freire, no município de Rio Bonito do Iguaçu, Paraná. Foram investigados dois grupos de produtores: 16 famílias em sistema de produção Agroecológica ou em transição e 16 famílias em sistema de produção Convencional. Incluídos no primeiro grupo foram pesquisados 17 jovens na faixa etária de 13 a 29 anos e no segundo grupo 18 jovens nesta mesma faixa etária. Adicionalmente, foram pesquisados 23 jovens de uma escola do campo do Assentamento Ireno Alves dos Santos, os quais estavam cursando o último ano do ensino médio. A partir da análise da produção Agroecologia e da Educação do Campo, procurou-se verificar se podem constituir instrumentos que favoreçam a permanência dos jovens no campo. Metodologicamente, tratouse de uma abordagem qualitativa, exploratória e descritiva, sendo que a coleta de dados ocorreu por meio de pesquisa de campo e aplicação de entrevistas semi-estruturadas e questionários. Para as famílias foram realizadas entrevistas, onde se procurou identificar aspectos do processo produtivo adotado na propriedade, suas limitações, capacidades e a influência dos pais nas decisões dos filhos, dentre outros aspectos. Para os jovens, tanto aqueles dos sistemas produtivos como os da escola do campo, foram aplicados questionários com perguntas abertas e fechadas, procurando identificar a realidade vivida por estes, dentro e fora da unidade familiar, suas representações sobre o rural e o urbano. Buscou-se principalmente conhecer quais suas perspectivas quanto à permanência nas unidades produtivas. A Agroecologia ainda enfrenta muitos desafios no que tange a certificação, comercialização, apoio técnico, investimento público e, sobretudo, maior consciência ambiental por parte dos produtores. Do mesmo modo, a Educação do Campo enfrenta outros tantos desafios, partindo principalmente do distanciamento das legislações vigentes e a prática cotidiana das escolas. Na pesquisa com os alunos da escola do campo, foi possível perceber que os princípios da Educação do Campo estão presentes apenas formalmente, através das normativas e legislação correlata, mas na materialidade não se aplicam. Assim, da forma como se encontram, tanto a Agroecologia como a Educação do Campo, ainda não representam instrumentos sólidos na verdadeira luta contra a ausência de oportunidades e afirmação dos jovens assentados do município em questão. Além disso, pode se observar que não há relação significativa entre as perspectivas de permanência dos jovens no campo e os sistemas produtivos adotados e a Educação do Campo. Até porque a Agroecologia e a Educação do Campo passam por inúmeros desafios a serem enfrentados até se tornarem mais consistentes do ponto de vista teórico e prático. Além disso, observou-se que os principais motivos das migrações dos jovens do campo estão relacionados com a busca por escolarização e emprego.