Lisboa como paisagem literária em obras de José Saramago e Teolinda Gersão: narrativas em palimpesto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Jorge, Tereza Maria Tavares dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/25501
Resumo: Apesar dos enredos completamente diferentes, o livro de José Saramago, História do Cerco de Lisboa (HCL), e o de Teolinda Gersão, A Cidade de Ulisses (CDU), apresentam um significativo elemento que os une: a capital de Portugal. É em torno dela que as duas histórias são escritas, reconfigurando visualidades e reelaborando significados acerca de Lisboa. Cada uma das narrativas apresenta a capital portuguesa a partir de paisagens conceitualmente distintas: enquanto HCL retrata a Lisboa árabe que existia no tempo do cerco comandado pelo rei Afonso Henriques em 1147, CDU mostra a Lisboa mitológica que derivou da lenda de que a capital lisboeta teria sido fundada por Ulisses, personagem criado por Homero em A Odisseia. Em cada um dos livros analisados, a sede do governo português é constituída imageticamente através de estratos de sentidos que foram construídos e se acumularam ao longo dos séculos em torno de Lisboa. Neste estudo, problematizamos essas construções em palimpsesto feitas em cada uma das narrativas examinadas. Para analisar as camadas semânticas que constituem cada obra, valemo-nos de estudos contemporâneos sobre paisagem urbana e suas representações literárias, partindo do conceito de paisagem desenvolvido por Michel Collot, relacionando-o com os estudos de metaficção historiográfica produzidos pela especialista canadense em teoria literária Linda Hutcheon, levando em considerando também as pesquisas pioneiras que o filósofo russo.Mikhail Bakhtin produziu no início do século passado sobre a conceituação de cronotopia, bem como as conclusões a que chegou o historiador francês Pierre Nora sobre os chamados lugares de memória, análise integrada ao campo da Nova História.