A cidade (que não é) de Ulisses: o papel da mulher na cidade de papel

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Borges, João Felipe Barbosa lattes
Orientador(a): Pires, André Monteiro Guimarães Dias lattes
Banca de defesa: Rocha, Enilce do Carmo Albergaria lattes, Almeida, Márcia de, Fernandes, Camila do Valle, Abreu, Relines Rufino de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/8237
Resumo: Desde meados da década de 1980 e início da década de 1990, é crescente o interesse (não só) acadêmico sobre a cidade, tanto por parte de governantes, arquitetos, historiadores, geógrafos, cientistas sociais, e até por nós, da ciência da literatura, que tendemos analisar as representações textuais/discursivas do espaço urbano. Quando se considera, no entanto, no cerne da questão, a presença feminina na representação deste espaço, nos deparamos com uma verdadeira lacuna de estudos que investiguem sobre o papel da mulher na cidade, se como personagem, nem tanto, no âmbito das obras literárias produzidas por mulheres, essa é uma temática muitíssimo escassa. Nessa perspectiva, tenho como interesse central de minhas preocupações nesta tese, a representação literária da cidade de Lisboa na literatura de autoria feminina, focalizando o romance A cidade de Ulisses, publicado em 2011 pela escritora portuguesa Teolinda Gersão. Em suma, meu objetivo foi investigar, na cartografia urbana, sob que formas, através de que canais, e em meio a que discursos, a mulher influi na construção do conhecimento histórico-literário sobre Lisboa. Não pretendi, porém, trabalhar no contexto de uma representação unívoca de uma identidade feminina essencializante; quis, antes, considerar as narrativas sob o prisma de um jogo de representações, de constantes desterritorializações e reterritorializações de identidades plurais, que favorecem à produtividade textual. Aos poucos, o que fui descobrindo é que o problema não era tanto a ausência da cidade nas obras de mulheres, mas que nossas indagações e reflexões sobre a cidade delas não deixava de ser eivada, na restrição do espaço urbano ao espaço público, por uma masculinidade analítica normativa na consideração dos textos. E como percorrer a cidade que não é de Ulisses, como se de Ulisses se tratasse? Se na cidade percorrida por homens, aproveitamos a resposta que dá a nossas perguntas, essa foi a dúvida-motriz e incessante que motivou o percurso que ora se apresenta.