Análise da associação dos achados clínicos e sorológicos de gestantes e recém-natos com padrões de alterações histopatológicas de placentas de gestantes com diagnóstico de COVID-19 durante a gestação.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Conde, Thayana Camara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/34013
Resumo: Introdução: Recém-nascidos podem ser afetados pelo vírus SARS-CoV-2 por via transplacentária ou perinatal. Objetivo Geral: Analisar a associação dos achados clínicos e sorológicos de gestantes e recém-natos com padrões de alterações histopatológicas de placentas de gestantes com diagnóstico de covid-19 durante a gestação. Objetivos Específicos: a. Avaliar a associação de complicações no pós-parto (máximo 28 dias) dos recém-nascidos com padrões histopatológicos da placenta.; b. Avaliar a associação dos achados sorológicos de gestantes com padrões histopatológicos da placenta; c. Avaliar a associação dos achados sorológicos de recém-nascidos com padrões histopatológicos da placenta; d. Avaliar a associação do período em que a gestante se infectou e os padrões histopatológicos da placenta.; e. Avaliar a associação dos resultados da análise de RT-PCR de amostras de placenta e a idade gestacional em que a paciente contraiu o vírus da covid-19; f. Avaliar a associação da vacinação materna contra covid-19 e a sorologia do recém-nascido. Métodos: Estudo descritivo ambiespectivo por meio da avaliação de exames histopatológicos de placentas de gestantes com diagnóstico de covid-19 na gestação no período compreendido de abril de 2020 até agosto de 2021. Desfechos neonatais avaliados: pequeno para a idade gestacional (PIG), prematuridade, Apgar no 1º e 5º minutos, óbito perinatal, tempo de internação em unidade de terapia intensiva neonatal. Resultados: Foram avaliadas 146 gestantes com resultados positivos para SARS-CoV-2, e apenas 12 (8,2%) apresentaram positividade para partícula viral em tecido placentário. A idade gestacional em que a paciente contraiu o vírus da covid-19 não apresentou associação com os resultados do RT-PCR e com as alterações histopatológicas da placenta. Observamos associação entre os resultados positivos do RT-PCR e as alterações placentárias de hipoperfusão vascular materna (p = 0,00). As comorbidades maternas aumentaram a chance de internação em unidade de terapia intensiva neonatal (p = 0,00). As alterações placentárias de hipoperfusão vascular fetal crônica foram associadas ao aumento do tempo de internação dos recém-nascidos (p = 0,03), aumento de partos prematuros (p = 0,04), Apgar abaixo de 7 no 1° minuto (p = 0,00) e Apgar abaixo de 7 no 5° minuto (p = 0,02). Quanto à sorologia, não houve impacto da vacinação materna no feto. Mães com IgG e IgA reagentes tiveram fetos também positivos para IgG (p <0,0001 em ambos os casos), mas não para IgA (p = 1 em ambos os casos). IgG materno esteve associado à tríade covid na placenta (p = 0,02) e resultado reagente para IgA aumentou a observação de alterações placentárias de hipoperfusão vascular fetal aguda (p = 0,01). Pacientes com alterações placentárias de hipoperfusão vascular materna tiveram filhos com sorologia reagente para IgG (p = 0,04) e pacientes com alterações de hipoperfusão vascular fetal aguda tiveram filhos com sorologia reagente para IgA (p = 0,02). Conclusão: Neste estudo, a infecção materna pelo SARS-CoV-2 afetou significativamente o feto em relação a prematuridade, índice de Apgar no 1° e 5° minutos, aumento do tempo de internação e quando associada com outras comorbidades maternas, mostrou aumento da chance de internação na UTI neonatal apesar da baixa positividade para o vírus na placenta. Gestantes com IgG e/ou IgA positivo no parto apresentaram maior incidência de alterações histopatológicas placentárias, além de maior chance de fetos IgG positivos. Nas placentas com RT-PCR positivo para o SARS-CoV-2 houve maior incidência de alterações histopatológicas como as alterações de hipoperfusão vascular materna.