A escrita (des)obediente das "Memórias Apóstumas" de Uanhenga Xitu

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Conceição, Simone Ribeiro da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28970
Resumo: A presente dissertação analisa a narrativa de O Ministro(1989), destacando a composição de uma escrita resultante de obediência e desobediência às matrizes culturais formadoras da nação angolana. Considerações preliminares sobre a vida e obra do escritor apontaram a configuração de uma opção descolonial que motivou o sujeito histórico a integrar a movimentação política pela independência e que determinou a criação de um projeto literário marcado por um compromisso ideológico com o projeto nacional angolano. Nosso estudo quer demonstrar que tal compromisso ideológico se faz presente na escrita testemunhal e na ficcionalização utilizadas para compor uma narrativa heterogênea definida pelo escritor como suas “memórias apóstumas”. Adotando uma perspectiva cartográfica nossa leitura procurou enfatizar os pontos que fazem da escrita testemunhal o procedimento privilegido pelo escritor para realizar não apenas uma desobediência aos saberes construídos sobre a recente história política angolana, como também, para resgatar formas narrativas e temas que assinalam um pacto com a tradição oral. Com base nos estudos culturais, mostramos que a narrativa abre espaço para outras memórias, rompendo o pacto autobiográfico sugerido pelo título. Assim, a escrita (des)obediente de Uanhenga Xitu torna-se uma estratégia que permite ao escritor angolano difundir o legado cultural de sua terra dentro e fora de seu local de cultura.