EFEITO DO GÁS OZÔNIO NA SANITIZAÇÃO DE AMBIENTES

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Agra, Priscilla Alvarenga
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/29411

A presente dissertação objetivou: i) avaliar a eficácia do gás ozônio como uma ferramenta alternativa na sanitização de ambientes. ii) analisar a ação do gás ozônio na redução de partículas aerotransportadas em uma sala não controlada e uma sala limpa controlada. ii) Comparar os resultados isolados do gás ozônio com a sua ação associada a um filtro de ar de partículas de alta eficiência (HEPA). iii) investigar a eficácia da ação antimicrobiana do gás ozônio na inativação dos seguintes isolados clínicos, cepas padrão e resistentes: Staphylococcus Aureus, Staphylococcus Aureus resistente à meticilina, Staphylococcus Epidermidis e de um isolado de Enterococcus faecalis de infecção endodôntica (P38). iiii) testar a efetividade do alcance de inativação do gás ozônio quando os microrganismos estão dispostos em até 3 metros de distância e em diferentes alturas. No capítulo 1, partículas viáveis (organismos capazes de crescer e reproduzir) e partículas não viáveis ( que não são capazes de viver, crescer, se desenvolver e reproduzir ), de 0,5 e 5 μm, foram quantificadas antes e após a ozonização de dois ambientes de saúde distintos: não controlado (grupo 1) e área controlada (grupo 2), que está associada a um sistema de filtragem HEPA ( do inglês High Efficiency Particulate Arrestance). Amostragens ativas de ar, através do aparelho MAS 100, foram usadas para contar o número de partículas viáveis, enquanto o número de partículas não viáveis /m³ foi obtido através do sistema Lasair III 3100C. Os resultados das contagens de partículas viáveis não foram quantificáveis e portanto não foram submetidos a testes estatísticos, porém em números absolutos em ambos os grupos houve ligeira tendência a redução do número de partículas viáveis após a ozonização do ar ambiente. Na contagem de partículas não viáveis foi observada redução estatisticamente significativa das partículas de 5 μm após a ozonização em ambos os grupos (G1: p = 0,009; G2: p = 0,002). Houve ainda redução significativa nas partículas de 0,5 μm após a ozonização no grupo 2, associado ao filtro HEPA. Por outro lado, no grupo 1, após a ozonização, foi observado um aumento significativo de partículas de 0,5 μm. Nossos resultados sugerem que o gás ozônio pode quebrar partículas de 5 μm e, quando associado a filtragem por HEPA, aumenta sua eficácia na remoção de ambas as partículas. No capítulo 2, cepas padrões ATCC de Enterococcus faecalis, Staphylococcus Aureus, Staphylococcus Aureus resistente à meticilina , Staphylococcus Epidermidis e de um isolado de Enterococcus faecalis de infecção endodôntica (P38) foram expostos ao gás ozônio e quantificados após 48h. Os microrganismos foram plaqueados através de diluição seriada em placas de petri com meio de TSA e distribuídos dentro de uma sala de 42 m³. Trinta placas inoculadas foram abertas e distribuídas em 5 posições, com alturas e distâncias distintas para exposição ao gás ozônio. Como controle negativo, 5 placas de cada cepa foram mantidas do lado de fora da sala expostas ao ar ambiente. A sala foi exposta a ação do gás ozônio por 60 minutos, disperso através de um ozonizador (Philozon, Balneário Camboriú, Santa Catarina, Brasil) capaz de produzir 10 g/h de ozônio ao de fluxo de 1560 L/min, em concentração média de 20 ppm (partes por milhão). Em seguida, as placas foram incubadas a 37°C por 48h para contagem de unidades formadoras de colônias (UFC). Constatou-se a ausência de colônias em todas as placas expostas aos gás ozônio. Baseado nesses trabalhos pode-se concluir que o gás ozônio mostrou: i) ser eficaz na redução da concentração de partículas de ambientes. ii) ter uma ótima ação antimicrobiana sobre as cepas padrão e isolado clínico testados.