Diversidade de helmintos intestinais em Mocós Kerodon rupestris (Wied-Neuwied, 1820) no Parque Nacional Serra da Capivara, Piauí, Brasil: uma síntese em 30 anos de informação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Saldanha, Bruna Montenegro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Fluminense
Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/6140
Resumo: A busca parasitológica em fezes recentes de Kerodon rupestris no Parque Nacional da Serra da Capivara (PNSC) teve início na década de 80, com objetivo de comparar os resultados obtidos pela Paleoparasitologia, que pesquisava os parasitos em coprólitos (fezes mineralizadas ou mumificadas) desses roedores. Este trabalho teve como objetivo aprofundar o conhecimento da helmintofauna de Kerodon rupestris no semiárido do nordeste brasileiro, em especial no PARNA Serra da Capivara, localizado no sudeste do Piauí, e sua relação com as mudanças ambientais ocorridas nos últimos 30 anos. O PNSC é caracterizado pelo bioma da Caatinga, de clima semiárido do tipo seco e quente com chuvas de verão. Foram selecionadas 231 amostras de fezes recentes de Kerodon rupestris coletadas entre os anos 1984 e 2015. Estas foram analisadas utilizando a técnica de sedimentação espontânea e os ovos foram observados por microscopia óptica e identificados ao menor taxon possível. Para verificar a suficiência da amostra frente a diversidade de helmintos foram feitas curvas de acumulação de espécies. Calculou-se os índices de Shanon e Simpson para verificar a diversidade. Os resultados foram espacializados com o estimador de Kernel. Foram encontrados Ovos de Trematoda, larvas de Strongyloidea, uma espécie de Nematoda não identificado, um único ovo de Strongyloides sp., ovos de Trichostrongylidae, três espécies distintas de Trichuris, três espécies distintas de Oxyuridae, duas espécies de Ancylostomidae, e duas espécies de Ascaridae, além de Lagochilascaris sp.. Ao longo dos últimos 30 anos a população de Kerodon rupestris no Parque aumentou e, este estudo, aponta o aumento da diversidade de helmintos concomitante ao aumento populacional, além de espécies parasitárias ainda não descritas, até o momento, para esse roedor. Evidenciou-se a manutenção do ciclo de Trichuris sp. em mocós desde o passado até os dias atuais, mesmo com as alterações ambientais ocorridas na região. Algumas áreas, especialmente aquelas de uso humano mais acentuado, indicam maior risco de infecção por helmintos zoonóticos, com potencial patogênico, fato a ser considerado pelas autoridades de saúde e responsáveis pela conservação do Parque, e comparado a estudos parasitológicos em humanos e em animais de criação.