Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Paiva, Wanderléia da Consolação |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/13018
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Resumo: |
Este estudo está filiado ao aparato teórico-metodológico da Análise do Discurso francesa, que tem Pêcheux como fundador e visa compreender como são produzidos os efeitos de sentidos sobre as mulheres velhas/envelhecidas do campo, representantes da agricultura familiar e da agroecologia, no discurso do material “Margaridas seguem em Marcha por desenvolvimento sustentável com democracia, justiça, autonomia, igualdade e liberdade” – Caderno de Textos para Estudos e Debates: Marcha das Margaridas (CONTAG, 2015), a partir das denominações e seus enunciados sobre a velhice de forma geral e sobre a mulher velha e, ainda, pelas imagens de mulheres velhas/envelhecidas que o compõem. As questões colocadas como gestos de leitura que direcionaram as análises das materialidades verbal e imagética foram: como as diferentes denominações e imagens de mulheres velhas/envelhecidas constituem diferentes posições-sujeito no discurso? Como a interseccionalidade dos eixos gênero, sexualidade, raça, classe social e territorialidade é marcada no discurso do Caderno (CONTAG, 2015) no que se refere a essas mulheres? Como os espaços “fora da casa”, no campo e na cidade, produzem diferentes efeitos de sentidos para a constituição das mulheres velhas/envelhecidas do campo? Para a análise das denominações e dos enunciados, a partir das sequências discursivas recortadas do material, apontamos as denominações “avós” e “mães” produzindo efeitos de sentidos de ancestralidade, construção e resistência, filiadas ao discurso do Caderno (CONTAG, 2015), diferentemente das demais denominações filiadas a uma formação discursiva urbana. A partir de algumas orações, traçamos três eixos que determinaram essa condição: par jovens/idosas; mulheres lésbicas, jovens e idosas; e, beleza e juventude. Para a análise das imagens, constituímos um corpus auxiliar composto de uma capa da revista Globo Rural e cinco capas da revista Agriculturas: experiências em agroecologia, a partir de um percurso em seu arquivo virtual, que favoreceu a compreensão dos efeitos de sentidos constituídos pelo “fora da casa” no campo e nos serviu como contraponto para as análises da capa, da contracapa e das imagens do interior do Caderno (CONTAG, 2015), que constituiu o nosso corpus principal e os efeitos de sentidos do “fora da casa” na cidade. Para a análise imagética, depreendemos as marcas de efeito de uniformidade do movimento e dos dizeres das faixas, bandeiras e cartazes que nele circulam e que são seguradas pelas mãos das mulheres velhas/envelhecidas. Consideramos as mãos como traço imaginário do corpo que produzem significantes. Os enunciados das faixas, bandeiras e cartazes foram agrupados em três blocos: termos e orações prontas; denominações “mulher” e “mulheres”; e, par de oposição: violência e paz. A esse último, demos uma ênfase em função das memórias construídas de sofrimentos de mulheres de várias idades, sexualidades, raças e territórios. Para finalizar a seção, trouxemos uma fotografia de um corpo de mulher velha produzindo efeitos de sentidos de (não) equivalência dos termos “feminismo” e “agroecologia”, que se relaciona às discussões de gênero e sexualidade que fizemos pontualmente nessa pesquisa. Entendemos que, ao falar sobre a vida dessas mulheres subalternas (SPIVAK, 2010), a partir dos discursos de diferentes materiais, acreditamos ter contribuído para criar espaços que proporcionem “ouvir as suas vozes” |