Territorialidades no mundo globalizado: outras leituras de cidade a partir da cultura Hip Hop na metrópole carioca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Oliveira, Denilson Araujo de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Programa de Pós-graduação em Geografia
Ordenamento territorial e ambiental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/18768
Resumo: No mundo contemporâneo, as grandes cidades vêm se tornando, por excelência, espaços da territorialização de culturas mundializadas de forma intensa. Estes múltiplos processos de territorialização vêm sendo acompanhados da tradução e reelaboração destas culturas às novas realidades em que elas se inserem. A territorialização da Cultura Hip-Hop no Rio de Janeiro é um exemplo de uma cultura mundializada, que é traduzida e reelaborada à realidade carioca. A cultura Hip-Hop se constituiu nos guetos das cidades americanas nos anos 70 como uma cultura que já emerge globalizada, fruto do encontro de culturas migratórias e em diáspora, como os mexicanos, haitianos, jamaicanos, brasileiros, porto-riquenhos e afroamericanos segregados nos guetos americanos. A criação do Hip-Hop buscará romper com os conflitos entre as gangues nos guetos por domínio territoriais, isto é, o Hip-Hop é fruto da negação da violência e da afirmação de uma arena política, ao buscar transferir a violência da guerra de gangues para disputas culturais pela música, pela dança e pela expressão visual, nascendo aí seus elementos: o rap (a música), o break (a dança) e o grafite (os desenhos nos muros). O Hip-Hop ganhará dimensão espacial pelo mundo com a difusão de filmes e da música negra americana, a partir dos anos 70 e 80. O Hip-Hop no Rio de Janeiro e em todo o Brasil vem sendo apropriado majoritariamente por sujeitos das periferias sociais (morros, favelas, comunidades), que vêm resignificando os seus espaços cotidianos a partir desta cultura, buscando romper com os estereótipos sobre os negros, sobre os pobres e seus espaços de vivências. Ele vem se tornando no Rio de Janeiro, de forma tensa e contraditória, um instrumento na construção de uma cidadania insurgente dos sujeitos das periferias sociais como forma de negar o lugar sócioespacial imposto aos negros e pobres, criando territórios como forma de luta. Nossa proposta neste trabalho visa analisar os impactos territoriais deste fenômeno mundializado na cidade do Rio de Janeiro e os significados políticos que vem sendo produzidos pelas suas estratégias territoriais.