Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Carvalho, Diego Gomes de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/34370
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Resumo: |
O litoral brasileiro está cada vez mais ameaçado pela poluição por resíduos sólidos e os detritos plásticos são amplamente reconhecidos como um importante poluente ambiental marinho, e atualmente, uma grande parte destes são encontrados no oceano na forma de microplásticos (<5 mm). Estes que devido às suas propriedades flutuantes e persistentes, tem o potencial para ser amplamente dispersos por meio de processos hidrodinâmicos e correntes oceânicas, além de ser uma preocupação crescente sobre os seus efeitos sobre a saúde ambiental e humana. Este estudo avaliou, por meio de pesquisas de campo, a abundância, composição e distribuição de microplásticos em 27 pontos nas praias da porção leste do Estado do Rio de Janeiro, em uma faixa litorânea delimitada pela Serra da Tiririca, em Maricá – RJ, e a Praia Grande, em Arraial do Cabo – RJ, abrangendo cerca de 100 quilômetros de faixa litorânea, em dois momentos distintos, no inverno (período seco), e no verão (período chuvoso). As concentrações de microplástico variaram de 7 a 708 partículas por m² nas praias, com uma média de 20,8 itens.m² (4,8 itens.kg-1 ) durante a coleta realizada no verão, e 110,6 itens.m² (17,8 itens.kg-1 ) durante o inverno. As partículas foram analisadas quanto a sua forma, cor e tipos de polímeros. Os fragmentos, fibras, pellets, filmes plásticos e poliestireno (isopor) totalizaram 3537 partículas, com os fragmentos de microplásticos representando 47,5% do total de detritos detectados, seguido por fibras (24,7%), pellets (18,3%), filmes plásticos (5,6%) e poliestireno (4,2%). Também foi realizada a análise química de 30 polímeros para a identificação, de modo amostral, em que foram identificados os polímeros de polipropileno (PP), polietileno (PE), polietileno de alta densidade (PEAD), polietileno de baixo intensidade (PEBD), poliestireno expandido (EPS) e acrilonitrila butadieno estireno (ABS). Em todos os pontos foram detectados microplásticos, até mesmo em praias de difícil acesso, como a Praia da Sacristia em Maricá, o que indica que a dinâmica costeira interfere diretamente no retrabalhamento e deposição da poluição microplástica. Os resultados mostram a maior ocorrência de microplásticos durante o inverno, com um crescimento de 4,3 vezes quando comparado ao verão. Isto pode ser explicado pelo aumento da velocidade do vento nesse período do ano, além da diminuição da limpeza das praias, já que é um período em que ocorre a diminuição do número de turistas em toda região. As praias com as maiores concentrações destas partículas foram, respectivamente a Prainha, em Saquarema, a Praia Grande, Arraial do Cabo, e a Praia de Jaconé, em Maricá. Todas estas são conhecidas por ter um forte turismo, recebendo milhares de pessoas todos os anos. É evidente o impacto deste tipo de poluição nesta faixa litorânea e o aprofundamento no conhecimento desta problemática poderá impulsionar estudos posteriores nos complexos lagunares que se encontram junto a área de estudo, além de impulsionar medidas de mitigação de danos para a proteção do ecossistema, como a criação de leis antipoluição e políticas de conscientização à sociedade quanto ao uso e descarte de materiais plásticos. |