Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Ribeiro, Gabriela Expedita Amaral |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/10302
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Resumo: |
Este trabalho investiga a escrita em resumos de artigo em francês, a partir do conceito de gênero textual trabalhado pela corrente sociorretórica, em cinco subdisciplinas da Linguística (Sociolinguística, História das Ideias Linguísticas, Estudos do Discurso, Estudos da Cognição e um conjunto de disciplinas interessadas principalmente com a descrição do Sistema). Esse estudo foi conduzido pensando no seu potencial de aplicação para a compreensão e produção de resumos em francês, todavia é o inglês que tem ocupado a posição preferencial para a publicação internacional de artigos. Diante dessa situação, somos chamados a apontar a pertinência de se investigar o francês bem como de propô-la como língua de publicação. A investigação toma, então, a forma de uma dupla interrogação: um levantamento que possa situar os problemas do usos das línguas na ciência e que permita examinar a pertinência em se usar o francês, e uma análise textual com potencial didático. Partimos dos modelos de distribuição hierárquica das línguas elaborados por De Swaan (1993, 2001), Calvet (1999) e Hamel (2013) para abordar a veiculação do conhecimento científico. Apontamos aspectos que contribuem para a restrição no número de línguas na ciência e que mobilizam grande número de pesquisadores a adotar uma postura monolíngue. Em especial tratamos dos indexadores na fomentação a esse monolinguismo. Observamos no indexador padrão Web of Science uma super-representação de títulos em inglês e sobretudo de títulos americanos e britânicos, mesmo considerando apenas as produções em inglês. Em contraste, o indexador DOAJ mostra uma distribuição mais variada para o número de línguas, bem como se vê a importante presença do espanhol, do português e em menor medida do francês para a publicação em livre acesso. Quando se considera a produção por países no DOAJ há fraca presença dos Estados Unidos. Aparentemente as práticas do mercado editorial desse país, de caráter eminentemente proprietário, resultam em uma baixa presença no indexador DOAJ, de acesso livre. Essa primeira análise lista problemas que as propostas plurilíngues devem enfrentar. Diante das concentrações de línguas e poderes, esse levantamento oferece uma justificativa para a escrita plurilíngue e então partimos do uso das línguas para a ciência para o exame da linguagem científica em francês. Para o segundo aspecto da pesquisa, partimos das recomendações de alguns manuais de redação em língua francesa. Em seguida, verificamos como se manifesta efetivamente a escrita do gênero resumo. Aplicamos o modelo de análise em movimentos retóricos, desenvolvido por Swales (1990), Santos (1995) e Swales e Feak (2009) a 76 resumos. Os resultados apontam ao mesmo tempo para uma concordância com padrões gerais descritos nos manuais e característicos, mas não exclusivos, dos textos anglófonos da ciência experimental, todavia identificamos organizações textuais mais vivas que as prescrições de manuais e mobilizadoras de diferentes estratégias, segundo os movimentos que usam ou omitem, posições que ocupam, e notavelmente as disciplinas em que se situam. Encontramos também em uma das disciplinas um padrão dissertativo que não pode ser explicado pelo modelo adotado. O texto aponta a necessidade de uma análise esclarecida da situação das línguas e partir das comunidades científicas para avaliar corretamente suas práticas linguageiras, seja no nível textual ou sociolinguístico |