"Não sou eu uma mulher?": machismo, racismo e desigualdade no cotidiano das editorias de esportes nos jornais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Carvalho, Júlia da Cruz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/35881
Resumo: O objetivo desta dissertação é quantificar e qualificar a representatividade feminina nos principais jornais de referência (BARSOTTI, 2017) do país, a partir da análise das publicações feitas em O Globo, Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo em dois períodos distintos. Dessa forma, foi realizado um levantamento do material publicado entre 07 de junho de 2021 e 07 de julho do mesmo ano, além de 09 de junho de 2022 até 09 de julho do mesmo ano dos três jornais. Os dados obtidos para esta pesquisa dialogam com a questão de gênero vivenciada pelas mulheres no mercado de trabalho, mais especificamente nas redações esportivas. A baixa participação nesse espaço, em razão da manutenção de uma sociedade machista que ainda se sustenta por pilares do patriarcado (LERNER, 2019) e de uma divisão sexual do trabalho (SAFFIOTI, 1987) contribuem para que se legitime o esporte como uma área masculina e, sobretudo, branca: dos 1184 textos analisados, do qual 667 receberam assinaturas, apenas 13,3% dos textos esportivos são assinados por mulheres. Dessas mulheres, nenhuma é negra. Como a consciência da opressão começa pelo racial (GONZALEZ, 2003), a discussão de gênero ganha também um recorte de raça, uma vez que o racismo é a prioridade política das mulheres pretas (CARNEIRO, 2003). A partir dos dados, o trabalho teve a preocupação de refletir o cotidiano dessas mulheres no exercício da profissão, os movimentos que até hoje ajudam no combate ao machismo dentro das redações e tornar evidente que, embora exista uma visão superficial de igualdade de gênero dentro do jornalismo esportivo, o que ainda há é uma predominância masculina e branca que ainda opera em favor dela própria.