Avaliação do efeito da isoflavona sobre o epitélio cérvico-vaginal e sintomas da menopausa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Rodrigues, Edna Talarico
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60135/tde-03042009-115328/
Resumo: A menopausa é conseqüência da falência ovariana, caracterizada pela queda na produção de estrógenos, podendo causar na mulher vários sintomas e condições patológicas como vaginite atrófica, osteoporose e doençsa cardiovasculares. A terapia estroprogestiva é largamente prescrita na pós-menopausa, no entanto existem freqüentes efeitos colaterais e contra-indicações, inclusive possibilidade de aumento do câncer de mama. Devido a toda esta polêmica as terapias alternativas para combaterem os sintomas da menopausa estão largamente sendo exploradas, neste contexto cita-se os fitohormônios. A isoflavona é um deles obtido de várias plantas e mais usualmente da soja, que possui na sua molécula uma estrutura fenólica que se liga aos receptores de estrogênio e exerce um efeito estrogênico. Neste estudo enfocando a isoflavona, extraída da soja Glycine max, para o tratamento dos sintomas da menopausa, avaliou-se o efeito desse composto sobre a maturação do epitélio cérvico-vaginal e microbiota vaginal. Para isto propô-se um estudo randomizado, duplo cego, placebo controlado do qual participaram 49 voluntárias. Um grupo de 23 mulheres recebeu 1 cápsula/dia de 40 mg de caseína de leite, constituindo o grupo placebo e o outro grupo de 26 mulheres tratadas com 1 cápsula/dia de 40 mg de isoflavona. Amostras de urina e secreção vaginal para colpocitograma, colpocitograma com coleta úmida, bacterioscopia foram colhidas antes do início e ao término do tratamento. Foram determinados índice de maturação (I.M.) e valor de maturação (V.M.) pela técnica da citologia hormonal. O estudo da microbiota foi avaliado por exame direto a fresco e bacterioscopia de Gram. As mulheres participantes do estudo forneceram dados através de entrevistas mensais, antes do início e após o término do estudo, respondendo a questionários sobre queixas, sintomas, história da vida sexual, percepção da menopausa, estado de saúde e questões sócio demográficas. A avaliação destes dados aparece no índice de Kuppermann, nas maiores queixas e melhoras mais evidentes das mulheres tratadas com isoflavona. A avaliação do I.M. resultou no grupo tratado com isoflavona em redução significativa das células parabasais (P=0,003) no colpocitograma tradicional, em aumento significativo das células superficiais cianofílicas (P=0,006) e tendência de aumento das células superficiais eosinofílicas (P=0,18). No colpocitograma obtido por coleta úmida houve diminuição significativa das células parabasais (P=0,004), aumento significativo na porcentagem de células superficiais cianofílicas (P=0,008) e tendência de aumento das células superficiais eosinofílicas (P=0,18). No urocitograma houve redução significativa de células parabasais (P=0,008), aumento significativo na porcentagem de células superficiais cianofílicas (P=0,013) e aumento das células superficiais eosinofílicas (P=0,002). No grupo placebo não se observou variação significativa nos índices acima mencionados. O V.M. no grupo tratado com isoflavona apresentou aumento significativo (P=0,007) no colpocitograma tradicional, colpocitograma, obtido por coleta úmida (P=0,004); e no urocitograma (P=0,0008). No grupo placebo houve diminuição significativa (P=0,02) para este índice. Após o tratamento pela isoflavona houve aumento significativo de bacilos de Döederlein (P=0,005), diminuição significativa de 19,3% nos casos de vaginose bacteriana (índice de Nugent) e diminuição de outros agentes microbiológicos patogênicos. Houve diminuição dos sintomas da menopausa após o tratamento com isoflavona, também se observou diminuição das queixas após o tratamento com placebo.