Contra a futurologia automática: uma crítica ao apocalipse robô e suas consequências a partir de Marx

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Benfica, Fernando de Amorim
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/37313
Resumo: Desde a crise de 2007-2008, análises que tratam do potencial imensamente disruptivo, para o mundo do trabalho, de diversas inovações tecnológicas surgidas nos últimos anos vêm se popularizando com notável rapidez. A depender de sua filiação teórica, elas tendem a projetar duas possibilidades para o futuro: uma sombria, marcada tanto pela eliminação maciça de postos de trabalho quanto por um aumento inaudito da desigualdade social; e outra de maior prosperidade econômica, ainda que a transição para esse novo estágio envolva altos custos sociais. Do ponto de vista normativo, propõem, no limite, a gestão desses efeitos com uma combinação de políticas de distribuição do produto social e adequação da força de trabalho à nova realidade. Defende-se aqui a hipótese de que, dadas as visões de mundo nas quais se baseiam, essas apreensões só podem desaguar nesses tipos de proposta sem nunca apontar para os determinantes causais últimos desses próprios efeitos. Demonstrar-se-á que isso assim se dá porque esses esforços não escapam à naturalização da sociabilidade capitalista e, como consequência, constituem um obstáculo à ação consciente dos sujeitos para a crítica e transformação ativa dessa própria formação social. O objetivo desta tese é, portanto, realizar uma crítica a essas formulações, apontando que seu caráter mistificado se origina de determinantes intrínsecos ao próprio modo de produção capitalista. Para tanto, tomar-se-á como referência o arcabouço teórico e metodológico estabelecido por Karl Marx.