Revisão sistemática e avaliação da eficiência de diferentes métodos empregados para pesquisa de parasitos em hortaliças

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Luquez, Matheus Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Fluminense
Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/15808
Resumo: Diversas parasitoses podem ser transmitidas por alimentos, desencadeando em alguns casos agravos à saúde. Tal transmissão está associada principalmente à problemas na qualidade higiênico-sanitária de água e alimentos. Há muitos relatos sobre contaminações por estruturas biológicas de helmintos e protozoários em hortaliças comestíveis comercializadas em diversos países, sendo muito comum o encontro de trabalhos analisando hortaliças por técnicas empregadas para material fecal, sem adaptação ou avaliação da sua eficiência. Em função desses fatos, o estudo aqui proposto busca um maior conhecimento sobre o diagnóstico de contaminantes parasitários em hortaliças, tendo como objetivos realizar uma revisão sistemática parasitólogica no Brasil e avaliar experimentalmente diferentes metodologias aplicadas na pesquisa parasitológica nestas hortaliças. A revisão foi realizada nas bases de dados: SciElo, PubMed, Web of Science, ScienceDirect, SpringerLink, LILACS e Google Scholar, com ponte de corte de 1999 a 2019 e a parte experimental foi dividida em três ensaios distintos, para avaliação das condições metodológicas relacionadas as etapas de lavagem, filtração, sedimentação espontânea para concentração da amostra e técnicas parasitológicas para detecção. Primeiro ensaio: contaminação experimental contendo 50-55 ovos de Toxocara sp., em salsa e hortelã, com dez amostras para cada hortaliça e avaliação da taxa de recuperação por centrífugo-sedimentação, avaliando quantitativamente. Segundo ensaio: contaminação experimental com cistos de Giardia duodenalis, em salsa com diferentes inóculos, foram divididos em três grupos distintos, grupo A = 1,0 x 10² cistos; grupo B = 1,5 x 10² cistos; grupo C= 2,5 x 10² cistos; com dez amostras controles negativo em cada grupo, avaliação qualitativa/quantitativa por centrífugo-sedimentação, avaliados na microscopia e por método imunoenzimático (ELISA; Kit MEDIVAX). Terceiro ensaio: contaminação experimental contendo 1,6 x 10² cistos de G. duodenalis em salsa, com dez amostras e avaliação qualitativa/quantitativa por centrífugo-sedimentação seguida de centrífugo-flutuação, avalidos na microscopia. Quanto à revisão sistemática, foram encontrados 92 artigos, alface foi a hortaliça mais estudada com 92,39%; técnica parasitológica de sedimentação espontânea foi a mais empregada com 51,08%, 23,91% dos resultados relatados em acordo com as metodologias empregadas; 9,78% citaram referências para identificação morfológica do parasito; 80,43% consideraram a possibilidade de estruturas ambientais e/ou de vida livre e 75% descreveram os estágios evolutivos dos parasitos encontrados. Quanto a parte experimental, primeiro ensaio: a média de recuperação de ovos em salsa foi de 59,32% e em hortelã foi de 60,31%; segundo ensaio: grupo A: 70%, grupo B: 90% e grupo C: 100% de detecção, usando centrífugo-sedimentação; no teste ELISA, 50%, 70% e 100% de detecção nos grupos A, B e C, respectivamente; terceiro ensaio: 100% de detecção, usando a centrífugo-sedimentação e 2,0% de detecção utilizando centrífugo-flutuação. A revisão sistemática confirmou que faltam estudos parasitológicos que validem técnicas aplicadas e pertinentes em hortaliças, o que gerou algumas inconsistências nos resultados avaliados. Na parte experimental, concluimos que a metodologia mais promissora foi a combinação de técnicas de sedimentação espontânea associada com a centrífugo-sedimentação para detecção de estruturas parasitárias, como ovos de Toxocara sp. em salsa e hortelã e no inóculo de 2,5 x 10² cistos de G. duodenalis em salsa, com o uso de microscopia associada ao ensaio imunoenzimático (ELISA), para o diagnóstico de G. duodenalis em salsa.