"Futuros do Passado": uma análise semiolinguística de publicidades agênero

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Duarte, Camilla Ramalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/24836
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo analisar algumas peças publicitárias agênero, retiradas da Revista Veja, em um intervalo de tempo que se iniciou na segunda metade de 2017 e terminou na primeira metade de 2019, discutindo de que maneira o público-alvo de tais publicidades foi alterado em relação a quem se destinavam no passado, já que, atualmente, tais marcas e produtos não são mais considerados “coisa de homem” ou “coisa de mulher”, mas, sim, “coisa de todas as pessoas”, o que quer dizer que se direcionam para todos, sem exceção, desde que, obviamente, possam pagar pelos produtos propagados. Tem-se, por conseguinte, um corpus composto por dezoito peças publicitárias, das quais sete compõem o corpus principal; nove, o corpus secundário; e duas, uma espécie de corpus extra. Para que tais análises fossem concretizadas, recorreu-se a alguns conceitos da Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, cunhada por Patrick Charaudeau, tais quais Processo de Semiotização de Mundo, Contrato de Comunicação e Visadas Discursivas. Mas, a realidade é criada pela linguagem, então, a existência de um novo mundo onde ninguém se importa com a performance de gênero do outro existe discursivamente, logo, esses textos criaram um novo quadro de referência ao qual se reportam os sujeitos do ato de linguagem. Além disso, os estudos butlerianos acerca da referida performance de gênero serviram de norte para tais análises, uma vez que vão além da dicotomia “masculino x feminino” e postulam que os sujeitos podem transitar entre os dois pólos de um continuum em termos de gênero. Também foram usados os conceitos de ethos e pathos, recuperados da tradição aristotélica, uma vez que o sujeito enunciador pretende criar para si e para as marcas que propaga uma imagem de alguém que advoga pelo fim das barreiras de gênero e, ademais, pretende persuadir seu auditório acerca do que diz, despertando nele determinadas emoções. Assim sendo, as publicidades agênero contemplam todas as pessoas, com seus diferentes traços identitários, características, particularidades, sonhos, afetos e, além disso, constroem para marcas e produtos um ethos de quem atende às demandas dos novos tempos, nos quais a publicidade, a vida e o mundo devem ser lugares para todas as pessoas, sejam elas quem forem, tudo isso com vistas, possivelmente, ao incremento dos lucros.