Vozes subalternas na Literatura Brasileira de expressão amazônica: uma análise de Dalcídio Jurandir, Márcio Souza e Milton Hatoum

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Penalva, Liozina Kauana de Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/14843
Resumo: Os relatos dos primeiros viajantes, missionários, cronistas e cientistas apresentam a Amazônia brasileira com características que geralmente convergem para o mesmo ponto: a perspectiva de cultura única, corroborada pela insistente negação da diferença e da alteridade. Consciente dessa problemática, a proposta é entender a maneira pela qual as formas de alteridade racial/cultural/histórica são demarcadas no texto literário de caráter amazônico, com a finalidade de perceber os limites do discurso representacional de grupos subalternos. O corpus desta pesquisa foi formado por uma seleção de textos literários de Milton Hatoum, Dalcídio Jurandir e Márcio Souza, escritores amazônicos que contrariam um tipo de literatura produzida na/ sobre a Amazônia, construindo narrativas que dão visibilidade a sujeitos e culturas subalternizados, como observado em Dois Irmãos (2000) e Cinzas do Norte (2005), de Milton Hatoum, em Chove nos Campos de Cachoeira (1940), de Dalcídio Jurandir; e em A caligrafia de Deus (1994), de Márcio Souza. A intenção é fazer o mapeamento de algumas vozes subalternas que permeiam a escrita desses autores e que auxiliam na análise do estoque de imagens criado desde o processo de colonização e exploração do território amazônico, isso porque se tem a consciência de que essas imagens são imprescindíveis nas relações de identificação desse espaço. Para isso, tomamos como ponto de partida as discussões de Homi K. Bhabha, Stuart Hall, Jacques Derrida, Walter Mignolo e Ana Pizarro, que têm ajudado a pensar a identidade cultural não como uma essência fixa e homogênea, que se mantém imutável, fora da história e da cultura, mas como um processo que se encontra em constante diálogo e transformação. Com o intuito de problematizar e desestabilizar hierarquias impostas pelo modelo hegemônico, essa tese contribui para que sejam ouvidas as vozes e versões silenciadas historicamente, propondo rediscutir epistemologias, discursos e ideias preconceituosas que mantêm estruturas de exclusão e impedem a manifestação da diferença