A política de drogas na “cidade maravilhosa” – pedras no meio do caminho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Ana Paula Cardoso da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/10952
Resumo: O presente trabalho discorre sobre a política de drogas no município do Rio de Janeiro, com ênfase no contexto de realização de megaeventos na “cidade maravilhosa”, durante a última década, destacando a falsa epidemia do crack difundida pela mídia, a fim de respaldar medidas arbitrárias e truculentas, violadoras dos direitos humanos para com as pessoas que o utilizam nas principais cenas de uso da cidade. Para tal, realizou-se pesquisa bibliográfica e documental, a qual contou com a contribuição de gestores da política de assistência social e de saúde da cidade do Rio de Janeiro, como facilitadores de acesso a documentos e informações no que tange à temática das drogas. Num cenário nebuloso, de crise do capital, o consumo de drogas aparece como uma “válvula de escape” para os árduos e complexos problemas da vida cotidiana. Neste trabalho ficou evidente a importância de considerar a tríade do consumo para a análise de qualquer tipo de droga, esta como uma valiosa mercadoria, seu valor de uso e seu valor, bem como de compreender os dependentes de crack das “cracolândias”, como exemplos do lumpemproletariado do século XXI. Atesta-se que um avanço do debate sobre as drogas no campo legal, mas um enorme retrocesso no ponto de vista moral e ético, haja vista as ações do poder público de recolhimento compulsório e a proposta de financiamento público das comunidades terapêuticas. A perspectiva da redução de danos aparece como uma alternativa interessante e eficaz, em contraposição à perspectiva predominante da abstinência e do proibicionismo. Diante disso, conclui-se sobre uma organicidade existente nas cenas de uso de crack e outras drogas e o direito à cidade por parte dos “cracudos”. Sob a imagem de uma cidade dos grandes negócios e empreendimentos, a qual se propõe na atualidade “cuidar” das pessoas, o que se observou foi que as “cracolândias” são frutos da ordem desigual e combinada vigente e não como erroneamente difundindo, causas dos desvios, distúrbios e problemas sociais urbanos contemporâneos.