CPI do Crack: uma etnografia acerca do problema das "drogas" com parlamentares.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Morais, Dayana Rosa Duarte
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Rua
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4363
Resumo: Enquanto uma parcela da mídia nacional divulgava informações acerca das cracolândias e disseminava a ideia de que estaríamos vivendo uma epidemia do crack , um conjunto de políticas de combate ao crack foi formulado, na maioria das vezes partindo de um pressuposto: a relação entre crack e rua. No sentido de desnaturalizar esta relação, consolidada em estudos da área de epidemiologia principalmente, também de saúde coletiva e inclusive ciências sociais, elaboramos a seguinte questão: o que o crack tem a ver com a rua? Com o objetivo de analisar a construção do problema das drogas em uma CPI da ALERJ, realizei uma etnografia com parlamentares que compuseram a CPI do Crack e seus assessores. A análise do relatório final da CPI e das entrevistas com parlamentares e suas equipes ao longo do ano de 2016 foram fundamentais para compreender esse empreendimento moral cercado de censuras, como a recusa em incluir a expressão redução de danos no referido relatório. Os bastidores da CPI do Crack foram capazes de nos revelar as diferentes motivações possíveis para a instalação da Comissão, afirmar a presença de valores morais e religiosos determinantes para os rumos que o Relatório Final tomaria e uma gradação moral no posicionamento dos parlamentares e seus assessores em comparação ao crack e outras drogas. Além disso, evidenciamos também um discurso médico-científico afirmando a localização do problema das drogas no Estado do Rio de Janeiro no campo da saúde pública e destacando a necessidade da produção de dados estatísticos para a promoção de políticas públicas capazes de, principalmente, atuar no combate à miséria e à pobreza. Esperamos que esse investimento etnográfico em documentos e eventos promovidos pelo dito poder público venha a contribuir também para estudos sobre a construção de outras relações, sejam entre substâncias e espaços, sejam entre usuários e populações.