Fluxo arterial cerebral materno na gestação normal por ultrassonografia doppler

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Silva, Fernanda Campos da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/12629
Resumo: A hipertensão arterial é uma das principais causas de morte materna em todo o mundo, principalmente por suas graves complicações cerebrais como a eclâmpsia e a hemorragia cerebral. Acredita-se que haja na pré-eclâmpsia uma falha na adaptação circulatória esperada na gestação que seria responsável pela síndrome clínica. O estudo do fluxo arterial cerebral por ultrassonografia Doppler é promissor para um melhor entendimento da fisiopatologia da pré-eclâmpsia e dos eventos cerebrais. O principal objetivo do trabalho foi avaliar o fluxo nas artérias carótidas comum e interna, e na artéria vertebral na gestação normal, estabelecendo valores de referência a serem utilizados em estudos posteriores. Além disso, também foram avaliadas possíveis diferenças entre o lado direito e esquerdo, a influência da idade gestacional nas medidas de velocidade e dos índices de resistência avaliados pelo Doppler, e a influência da idade gestacional sobre o diâmetro do vaso. Houve interesse especial no estudo da circulação para o cérebro posterior por ser o território mais acometido. Duzentos e vinte e seis gestantes sadias entre 20 e 40 semanas de gestação foram examinadas por ultrassonografia Doppler. A idade média das gestantes foi de 27,3 anos. As variáveis dependentes avaliadas em cada vaso foram: velocidade sistólica máxima, velocidade diastólica mínima, índice de resistência, índice de pulsatilidade, relação sístole/diástole e diâmetro do vaso. Foram insonadas as artérias carótidas comum, interna e a artéria vertebral dos lados direito e esquerdo. A análise estatística foi realizada com o programa S-Plus 8.0. Como os dados tiveram distribuição normal, possíveis diferenças lado-a-lado foram avaliadas pelo teste t pareado de Student, correlação linear e pelos gráficos de diferença de Bland-Altman. Possíveis relações das variáveis dependentes com a idade gestacional foram avaliadas por regressão linear simples. Também foi testada a variabilidade intra-observador. Foi escolhido um nível de significância de 95% para todas as análises. Como resultado, observamos que apesar de terem médias iguais, a baixa correlação e a grande variabilidade dos valores encontrados para as variáveis não nos garantem a igualdade entre os lados, de modo que o exame deve ser realizado dos dois lados do pescoço. Quanto à influência da idade gestacional, nas artérias carótidas observa-se uma diminuição dos índices de resistência e das medidas de velocidade ao longo da gestação. O mesmo não foi observado nas artérias vertebrais, onde a idade gestacional não influenciou os valores encontrados. O diâmetro das artérias carótidas aumentou entre 20 e 40 semanas de gestação, enquanto que nas artérias vertebrais isso não foi observado. Pudemos concluir que, ao menos no território anterior, a resistência ao fluxo cerebral diminui ao longo da gestação, possivelmente pela vasodilatação observada. Foram notadas diferenças significativas no Doppler das artérias vertebrais. A não observação da alteração de fluxo nas artérias vertebrais pode estar associada à pior regulação de fluxo sanguíneo para a região posterior do cérebro já descrita anteriormente na população não grávida