Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Jaques, Adriana Maciel de Castro Cardoso |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/28700
|
Resumo: |
O objetivo do presente estudo foi de avaliar macro e microscopicamente os pulmões, estômago, fígado e rins de Jacaré-açú (Melanosuchus niger Spix, 1825) abatidos para consumo na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá/AM (RDSM) e descrever as lesões encontradas, identificando os parasitos observados durante o exame de inspeção e microscopia, associando então os achados aos mesmos e seus vestígios. As informações referentes às alterações observadas ao exame macroscópico foram descritas em fichas de campo correspondentes a cada animal. Para o exame histopatológico foram coletados fragmentos de pulmão, fígado e rim, independente de apresentarem lesões e do estômago, somente das áreas que apresentavam lesão. O material colhido media aproximadamente 0,5 cm de espessura e foi acondicionado em frascos devidamente identificados contendo formol a 10%, para posterior processamento pelas técnicas habituais para inclusão em parafina. Os parasitos encontrados nos pulmões e estômago foram armazenados em recipientes contendo álcool 70%, formol, ácido acético (AFA) e formol a 5%. No laboratório da FIOCRUZ/RJ os nematóides foram clarificados em ácido acético e fenol. Macroscopicamente em 4% dos casos foi identificado o pentastomídeo Sebekia oxycephala no parênquima pulmonar, sem alterações na superfície de corte. Microscopicamente as lesões pulmonares estavam presentes em 37% dos casos, sendo que, as lesões provocadas por parasitas corresponderam a 75,67% dos mesmos. Nas lesões com participação do pentastomídeo, este frequentemente encontrava-se envolvido por uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso e reação inflamatória predominantemente do tipo corpo estranho. Três espécimes apresentaram espessamento de septos alveolares e sete continham infiltrado inflamatório granulocítico ora difuso, ora focal. Os achados gástricos em 67% dos casos estavam associados a nematóides presentes em múltiplas úlceras de bordos elevados e presença na periferia de material brancacento com característica fibrinóide, sem apresentar hemorragia associada. Em 8% dos casos estava presente área hemorrágica na mucosa e em 25% dos casos, macroscopicamente as úlceras não estavam associadas a parasitos. A descrição do nematóide está de acordo com as características que identificam o gênero Brevimulticaecum.Na análise histológica das lesões gástricas observou-se necrose que se estendia da mucosa até a muscular, com nematóides circundados por infiltrado inflamatório granulocítico. Observou-se ainda larva rabdiforme no interior de uma cripta da mucosa gástrica. Macroscopicamente nenhum dos fígados examinados apresentou alteração e dois rins apresentaram parasitismo. A análise microscópica hepática indicou em 3,4% dos casos, focos de necrose, envoltos por infiltrado granulocítico e células epitelióides, além de vacuolização próxima às áreas de necrose. Em 7,95% dos casos observou-se também no parênquima hepático granulomas ricos em células epitelióides. Nos rins a única alteração observada em 8,42% dos casos foram os granulomas, com estrutura parasitária na área central. Conclui-se que a principal lesão gástrica esteve associada ao nematóide do gênero Brevimulticaecum e que as lesões hemorrágicas não tiveram etiologia definida. Fígado e rim mostraram-se pouco sujeito às infecções, tendo como principal manifestação os granulomas, não estabelendo-se a etiopatogenia das áreas de necrose hepática. Esta é a primeira descrição das lesões pulmonares em M. niger associadas ao parasitismo por S. oxycephala na Amazônia brasileira. |