Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2025 |
Autor(a) principal: |
Barbosa, Erly Guedes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/36065
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Resumo: |
O principal objetivo desta pesquisa é investigar, por meio da análise dos discursos em circulação sobre cabelos crespos e cacheados, como as narrativas de mulheres negras no YouTube têm configurado novos sentidos a questões de gênero, raça, beleza e corpo, com a finalidade de compreender a produção de padrões estéticos e a hierarquização entre as distintas curvaturas de cabelos crespos e cacheados. Destacamos que enquanto algumas pesquisas (SILVEIRA, 2017; MATOS, 2017; TAVARES, 2018; SOARES, 2018; BERNARDES, 2019; MONTEIRO, 2020) – de grande relevância – refletem sobre o momento da transição capilar, focando em geral no fim de tratamentos para alisar os cabelos e início da aceitação e valorização do cabelo natural, crespo ou cacheado, este estudo se centra no que seria um momento pós-transição, mas nem por isso marcado por menos disputas identitárias. Propomos, assim, uma análise discursiva de vídeos dos canais de três criadoras de conteúdo na plataforma: Camilla de Lucas, Juliana Louise e Nátaly Neri, após levantamento dos principais loci de discussão sobre o tema em ambientes online. Apoiamo-nos nos conceitos de identidade (HALL, 2016) e representação (HALL, 2000) e partimos do pressuposto de que a valorização de cabelos crespos e cacheados, por meio da disseminação de narrativas que posicionam o cabelo natural como belo, livre e saudável pode contribuir para a construção de novas identidades negras, legitimando e reordenando outros modos de ser mulher negra na contemporaneidade. Por outro lado, apontamos que parece se constituir nessas narrativas um campo de disputas que remete à noção do cabelo natural como “autêntico”, enquanto o tratado quimicamente, em busca em geral dos chamados “cachos perfeitos”, nos leva a refletir sobre permanências de certos padrões estéticos, mesmo em contexto pós-transição capilar. Trazemos a hipótese de que as narrativas das youtubers tensionam discursos historicamente construídos, se contrapondo concomitantemente a representações hegemônicas calcadas na branquitude e se aproximando ao mesmo tempo de padrões estéticos regulatórios ainda rígidos para os corpos e cabelos de mulheres negras. |